A equipe zímel esteve presente no show do Rio de Janeiro para documentar e tentar expressar um pouco do que foi um dos eventos mais aguardados do ano. Para aquelas pessoas que curtem música pop, a timeline das redes sociais só se falava de um assunto: Dangerous Woman Tour.

A turnê de Ariana Grande que já passou por muitos países finalmente chegou ao Brasil. Como quem é fã, já sabe, no último mês, um atentado terrorista no show da cantora em Manchester mudou em vários sentidos o curso da turnê.

Para começar, a artista introduziu uma música nova no setlist, “Somewhere Over The Rainbow” com homenagem às vítimas no telão e a apresenta em todos os shows após o atentado. A versão da canção na voz de Ariana é magnífica e ao vivo, realmente emocionante.

Agora, a segunda – dessa vez, nada agradável – mudança, foi a exigência de Ariana de proibir o público – e inclusive a imprensa – de carregar mochilas ou bolsas maiores. É compreensível a preocupação de Ariana, mas é efetiva? Porque o transtorno foi maior do que a precaução.

Na entrada, avistamos crianças e adolescentes portadores de diabetes desesperados para entrar com seus remédios, enquanto uma segurança pouco treinada fazia pouco caso da situação. A solução realmente é proibir ou exigir equipe treinada? Já dentro da casa de espetáculos Jeneusse Arena e quase pontualmente, um telão com imagens incríveis de Ariana e seus dançarinos faz a contagem regressiva de dez minutos para o começo do concerto.

O começo do show bem animado com a música “Be Alright”, foi cantada em coro pela plateia. Ariana faz essa e algumas das próximas músicas do palco “principal”, e só chega perto do público caminhando pela passarela um bom tempo depois. Ao passar das músicas, parecia que algo ia ficando mais claro: Ariana parecia estar cumprindo protocolos. Um exemplo disso é que, até para cumprimentar a plateia, levou pelo menos umas seis músicas.

Não demonstrou muito carisma durante boa porte do show. Pode ser que só esteja cumprindo contrato, que ainda estivesse chateada pelo atentado em Manchester? Pode ser. Mas Brasil é um país de terceiro mundo que, além de tudo, está em crise. Os ingressos foram caros, e não levar em conta a particularidade de cada show, e a necessidade da atenção aos fãs que fizeram um grande esforço para ali estarem, demonstra muita falta de profissionalismo por parte da cantora.

Quando toda a arena gritou que a amava, Ariana agradeceu ao microfone e disse que estava feliz de estar ali. E no final do show soltou um “Obrigada, Rio”. Entre uma música e outra, exibia sorrisos para alguns mais próximos à grade, mas nada que contagiasse a simpatia e meiguice que a cantora aparenta esbanjar na TV. Claro que todas as músicas possuem passos de danças, mas Ariana quase não chegava até o fim da passarela, o que dificultava muito a visão do público.

Fãs que não estavam na primeira fileira ou próximo disso, ou que não  tivessem pelo menos 1,70m de altura, não enxergavam as ações da cantora no palco. A iluminação do show estava péssima. Parecia que Ariana não queria ser vista. Algo como rosa, vermelho, roxo e azul predominava a iluminação da maioria das canções.

Se, para quem estava na pista premium, a visão estava difícil, imagina setores mais distantes? Parece que Ariana não pensou muito nos seus fãs quando aprovou a iluminação do show. Além disso, o único telão disponível fazia as interações já programadas da turnê.

Ou seja, quem estava mais atrás não via mesmo a apresentação. Mas o som, dançarinos, figurino e a empolgação do próprio público estavam impecáveis. No geral, o show foi ótimo, quem foi, certamente tem boas memórias, não só pela estrutura de um show grande e pela emoção de estar perto da artista preferida, mas também porque as músicas de Ariana são mesmo muito boas.

O setlist, inclusive, foi um acerto! No entanto, nada muito fora do curso da Dangerous Woman Tour, o que é perfeitamente compreensível em turnês de música pop de artistas de grande porte, como  a de Ariana Grande.

O legal é que rolaram alguns elementos da turnê que nem todo artista traz quando vem ao Brasil. Foram eles: chuvas de notas falsas de dinheiro estampadas com a cara de Ariana, na música “Greeedy” e balões cor de rosa caindo do teto na música “Sometimes”. Além desses, em algumas músicas, lasers provocavam um efeito de iluminação 3D muito, muito incrível.

Pena não ter estendido essa boa iluminação por todo o show.Ainda assim, Ariana é uma estrelinha fofa no palco, que tem seu brilho próprio. Nos momentos em que o palco estava iluminado ou que ela estava dançando mais próximo à plateia, era incrível ver a alegria dos fãs ao olhar para a pequena diva. Mas que esperamos a Ariana com um show mais emocionante por aqui, esperamos…

Ariana Grande
Dangerous Woman Tour
29 de junho de 2017
Jeneusse Arena
Rio de Janeiro

SETLIST COMPLETO:
– Be Alright
– Everyday
– Bad Decisions
– Let Me Love You
– Baby Loves
– Knew Better Pt. II
– Forever Boy
– One Last Time
– Touch It
– Leave Me Lonely
– Female
– Side to Side
– Bang Bang
– Greedy
– Focus
– I Don’t Care
– Band Interlude
– Moonlight
– Love Me Harder
– Break Free
– Sometimes
– Thinking Bout You
– Over the Rainbow (Harold Arlen cover)
– Problem
– Into You
– BIS: Dangerous Woman


Fotos: João Victor Amaral