O The Strokes, uma das atrações mais esperadas da edição 2017 do Lollapalooza, também protagonizou o show mais controverso. Quando pensamos a trajetória da banda, sem dúvida sabemos que o quinteto estabeleceu uma sonoridade que guiou outros grupos ao longo da década passada, além de disseminar uma estética visual vintage e alguma atitude (blasé). Mas vale lembrar, isso foi há mais de uma década. Após tensões internas com rumores de separação, tentativas de se reinventar que caíram em um disco irregular que flertava com o eletrônico e um hiato, a banda ainda parece tentar encontrar a razão para continuar. Ou melhor, tenta se encontrar.

A impressão que fica é a de que se depender dos fãs, o The Strokes terá todas as chances para voltar a acertar o tom, mas vale lembrar também que o público se renova. E é aí que se percebem impressões tão divergentes sobre o mesmo show. Afinal, ficou muito claro em alguns momentos  a falta de entrosamento que de alguma forma repercutia nas pausas constantes entre uma música e outra, quebrando o clima de euforia e a falta de tesão de estar no palco. Em alguns momentos, parecia que Julian Casablancas estava mais atento ao show que acontecia paralelamente no palco eletrônico do que em seu próprio palco.

Mas por outro lado, claro que não podemos ser injustos e deixar de registrar que o show foi uma experiência bacana especialmente para o fã, mas houve momentos que levantaram o público no geral, como em “Hard to explain”, “12:51”, “Last nite”, “Reptillia” e “Heart in a cage”. O fato de se tratar de festival também acaba forçando um repertório mais assimilável, o que pode ter sido decisivo para a banda apostar todas as fichas no material de seu debut “Is this it” (2001). No fim das contas, se os fãs curtiram, é o que importa.