Mais um domingo no RJ que a produtora Abraxas trazia um dos grandes nomes do Doom para terras cariocas: o quarteto polonês Belzebong iria se apresentar pela primeira vez no Brasil e a Cidade Maravilhosa não poderia ficar de fora dessa festa. Apesar do público mediano, a expectativa era grande e tão pouco a casa abriu, alguns produtos da banda no merchandising se esgotaram.

As bandas de abertura Baphomaster (com seu ataque sonoro agressivo e pesado) e Ruínas de Sade (pela primeira vez se apresentando no RJ) fizeram o dever de casa de esquentar o público de maneira correta.

Sem muitos atrasos, o Belzebong sobe ao palco do La Esquina (que está virando referência para apresentações do estilo) causando o furor da galera que esperava. Furor esse logo silenciado pela massiva onda sonora que emanava das caixas de som. Abrindo com a dupla Bong Thrower e Diabolical Dopenosis, os poloneses já mostraram para o que vieram e sentenciaram toda a aura de destaque que envolve a banda.

Basicamente com “temática” (entre aspas porque a banda não tem letras, é apenas instrumental) sugerindo magia negra, ocultismo e o consumo de ervas fitoterápicas, o Belzebong não precisa de recursos líricos para deixar bem clara a mensagem que quer passar, pois a musicalidade intensa do grupo, aliado aos trabalhos gráficos dos álbuns e toda a iluminação de palco deixam isso bem claro. Músicas com nomes como Witch Rider e Inhale in Hell só deixam mais clara a intenção do grupo.

A fantástica Names of the Devil, Acid Funeral e Goat Smokin’ Blues (com seu encerramento diabolicamente apoteótico) encerram a apresentação sob muitos aplausos e merecidamente a banda sai ovacionada do palco do La Esquina. Em tempos de maquinarias mirabolantes para se chegar ao conceito buscado (e muitas vezes com falhas), o Belzebong acerta o objetivo sendo simples: Quatro Integrantes, sem letras e iluminação correta. A parede de riffs lisérgicos criada pela banda encantou o Rio de Janeiro.

Belzebong
La Esquina, Lapa, Rio de Janeiro
30 de julho de 2017