O ano é 2018, mas bem que poderia ser algo entre o final dos anos oitenta e o início dos anos noventa. O Corrosion of Conformity vem ao Rio de Janeiro em um show bastante esperado e com a presença de Pepper Keenan, que criou um timbre característico para a banda e que influenciou muitas outras que nasceram na época. A banda de abertura foi o Barizon, que se empenhou bem em animar o público com músicas do até então único trabalho lançado, o álbum Towards the Rising Sun, de 2014. Músicas como Streets of Rage e Night Warrior animaram a galera e prepararam o terreno para a atração principal.

Após um pequeno atraso, o Corrosion of Confomity invade o palco do Teatro Odisseia com um som limpo e cristalino, destacando bem as guitarras e evidenciando todo o peso da cozinha. A trica inicial contou com The Luddite, Broken Man e Señor Limpio, passeando por muitos lugares da carreira da banda e jogando o ânimo do público lá no alto. Com bases bem firmes no chamado Southern Metal, o CoC cria uma atmosfera musical que une diferentes elementos e os transforma em um produto totalmente novo para ser deglutido.

A presença de palco de Keenan é inestimável. Músicas como Who’s Got the Fire e Vote With a Bullet foram bem comemoradas pelos presentes e mostram toda a versatilidade na voz do moço, que inclusive se assemelha bastante ao som do álbum. Falar da qualidade dos músicos é chover no molhado, já que uma banda com mais de trinta anos não se sustenta apenas de imagem. Músicas como Wiseblood e a nova Wolf Named Crow evidenciam toda a qualidade musical do grupo.

Encerrando com os clássicos Albatross e Clean My Wounds, ambas do álbum Deliverance, de 1994, o Corrosion of Conformity encerra sua inédita passagem pelo Brasil e mais do que entregar um show de qualidade, o quarteto despeja uma onda de tradição e respeito por onde pisa. Esperamos que após tanto tempo de espera, a próxima passagem seja breve.

Corrosion of Conformity,  13 de maio de 2018
Rio de Janeiro, Teatro Odisseia.