Os músicos que formam o DaBossa, Danilo Cutrim e Jean Charnaux, têm trajetórias bastante diferentes. Charnaux tem formação clássica – foi aluno de Marcus Tardelli, Hélio Delmiro, entre outros. Já tocou com Emílio Santiago, Dionne Warwick e Guinga, e participou até de festivais internacionais de Jazz, indicado a um prêmio de Revelação por seu disco de estreia “Matrizes”. Cutrim é conhecido pelos 15 anos na banda carioca de rock Forfun e, nos últimos anos, pela Braza, que mistura reggae, dub, ska e diversas influências. Suas canções foram remixadas por vários artistas do cânone pop brasileiro contemporâneo, de Tropkillaz a Sirsir (Lucas Silveira, Fresno) e Ruxell, no mais recente lançamento.

Ambos foram cruzar caminhos ano passado. Em meados de 2019, os dois se conheceram por amigos em comum e, alguns encontros depois, o projeto DaBossa nascia com um álbum completo. Unidos por talento, amor à música e vontade de experimentar estilos diferentes, Danilo e Jean entregaram um delicioso trabalho, enraizado no samba de raiz e no choro. E agora lançam um mini-documentário em vídeo para contar essa história.

“Eu percebi que o projeto era especial”

Em conversa com a Zimel, Danilo Cutrim contou detalhes da produção: “É fruto de uma filmagem que rolou bem na época que a gente se conheceu, ano passado”.

“Quando saiu a primeira música do nosso encontro, eu percebi que o projeto era especial – pelo menos pra gente – e convoquei um amigo nosso que se chama Daniel Pardal, um videomaker muito bacana.”

A amizade com o realizador, que também editou o filme, permitiu que as gravações acontecessem de forma descontraída, proporcionando um estilo verité às imagens. Enquanto isso, a narração em off alterna os dois músicos, passando impressão de uma conversa. O filme, de aproximadamente 20 minutos, cobre a gravação do disco, incluindo os amigos músicos que participaram da produção, além de apresentar os antecedentes da carreira de cada um. Também mostra o processo criativo do DaBossa, nos permitindo ver como dois artistas de fundos tão diferentes trabalharam juntos na produção.

“Foi tudo muito rápido, muito intenso. E o Daniel Pardal esteve em todos esses momentos, todas essas gravações. A gente criou uma rotina assim, sempre que a gente se encontrava, ele chegava uma hora depois com a câmera. Então foi bacana que tá bem true mesmo, bem verdadeiro.”

Segundo disco à vista

O projeto segue paralelo aos caminhos individuais de cada um. Enquanto Charnaux segue em turnê com Guinga e Cutrim prepara-se para lançar o quarto disco de inéditas da Braza, os dois trabalham em um próximo álbum do DaBossa – sem data definida, mas planejado para sair em breve. “A gente está numa velocidade forte, num ritmo bom, a gente já terminou a composição do segundo disco e essa semana a gente começou a gravar.”

“O primeiro disco foi muito louco, a gente não tinha noção do que ia acontecer. Nesse segundo, a gente tem um controle maior da composição, de onde a gente quer chegar, eu conheço mais ele [Jean], ele me conhece um pouco mais… A gente está gravando com muito carinho, com muita calma. Esse segundo disco vai vir um pouco mais com influência da MPB… um pouco mais bossa nova.”

Dois shows também estão no futuro próximo da dupla: dia 18 de abril eles se apresentam no Rio de Janeiro, enquanto dia 24 de abril tocam no Traço de União, em São Paulo.

Assista ao documentário abaixo: