A dupla Djakarta está acostumada com dualidades. Os dois irmãos cantores-compositores, Raphaël e Tristan Stuart, compartilharam mais que apenas a duplicidade da vida fraterna. Viagens constantes entre muitos países, especialmente a França e a Austrália fizeram parte da criação de ambos. Mas é justamente com base em tantos múltiplos em comum que a parceria tomou forma.

Nascidos no continente europeu, reencontraram as origens oceânicas de seu pai na cidade de Melbourne. No meio dos dois espaços, nas beiras da Eurásia e da Oceania, o maior arquipélago do mundo compreende a cidade de Jacarta, capital da Indonésia. Sua posição geográfica de entrelugar, a meio caminho de suas raízes e de sua cidade natal, inspiraram os Stuart a batizar seu projeto musical em seu nome. Além disso, adicionaram um “D” inicial, de “duo”.

Experiências “Além-mar”

O folk-pop de Djakarta chegou ao mundo em forma de um EP homônimo em 2017. Herdeiros da arte de seu pai – que é pintor e escultor – ele empresta alguns de seus trabalhos ao projeto. Os irmãos cresceram acostumados com a ideia da expressão abstrata de pensamentos e sensações através de obras artísticas.

Não por acaso, o som de Djakarta também é dual. A atmosfera pop encontra letras microcósmicas e íntimas, os instrumentos acústicos são revestidos por uma produção eletrônica. A vida transcontinental, seus contrastes, diferenças e , por fim, a identificação comum da experiência humana, dão origem ao EP “Overseas” (“além-mar”), que será lançado em novembro de 2020. O primeiro single, “Any Open Door”, invoca a imagem mental dos amplos espaços abertos do ‘outback’, enquanto o vocal suave e convidativo projeta a busca pela paz interior quando não há muito que se possa fazer – afinal, Djakarta não se trata de ter uma solução ideal no fim, mas do que acontece no meio do caminho.