Em dia de Black Sabbath no Rio de Janeiro, quem tomava conta do Circo Voador era Marcelo D2 e Sain. Mas vocês sabem quem é Sain? Lembram de Loadeando? Pois então, Stephan Peixoto, filho de um dos maconheiros mais famosos do Brasil, atende pela alcunha nos palcos. E os dois não estavam sozinhos! A família se completa com Akira Presidente, Lucas Carlos, Nectar Gang e Cia. A cenografia se resumia a um telão de projeções interessantes, e uma placa sinalizando a esquina da Rua do Catete com Pedro Américo. Mostrando bem do que se tratava: Estávamos ali vivenciando uma experiência da KTT ZOO, que homenageia um dos grandes redutos do Rap no Rio de Janeiro.

D2 e Sain mostram uma intimidade gigante no palco. Mas também não seria por menos, afinal, família e família e Marcelo deixava isso sempre claro quando disse por diversas vezes durante o show “Esse aqui é meu filho, minha família”. Ao mesmo tempo em que o Homem-Fumaça lembrava sua carreira solo com músicas como “A Maldição do Samba” e “Vai Vendo”, ambas provenientes do incrível e notório À Procura da Batida Perfeita, Sain fez questão de mostrar seus dois centavos com músicas como 8 a.m. e novas músicas, que serão lançadas em breve.

Teve espaço também pra toda a crew do Piramide Perdida e do Bloco 7 invadir o palco e cantar com pai e filho. Entre as destiladas, a pesada e agressiva “Pia, Brota”, que abre os já característicos mosh pits pulsantes que já são corriqueiros em shows de artistas como o Nectar Gang. Outro momento bem interessante do show foi a execução de “1967”, que Lucas, do canal digital Ademafia, que mostra a vida e o cotidiano de skateboarders pelo mundo, subiu ao palco para documentar em vídeo o que estava rolando. O clima era de alegria e contagiou à todos na lona.

Nos momentos finais, é claro que não poderia faltar “Lodeando”, que mostra um D2 com mais tempo de carreira e um Stephan já crescido já sem a maioria das características que a música aborda, mas ainda sim, é um lampejo de uma música que marcou época e um registro fiel de uma relação de pai e filho. O show se encerra com “Qual é?”, que definitivamente colocou o nome do projeto solo de Marcelo D2 no mapa e o consagrou (com méritos) o nome do músico na história da música brasileira por todo o mix musical que o mesmo consegue.

Em mais uma passagem bem sucedida de Marcelo D2 pelo Circo Voador, também dessa vez foi gritado aos quatro cantos a presença de Sain como um herdeiro de toda a história trilhada pelo Homem-Fumaça na estrada da música. E pelos trabalhos e pelo peso musical que o primogênito imprime em suas rimas ácidas e bases opressivas, o filho também seguirá os passos gloriosos do pai.

Marcelo D2 e Sain
Circo Voador, Rio de Janeiro
2 de dezembro de 2016


Fotos de Bia Bandeira