No seu último dia em 2019, o Rock in Rio revisitou o passado e projetou o futuro com as bandas que subiram ao palco. Dinho Ouro Preto e Kisser Clan (grupo formado pela família Kisser, guitarrista do Sepultura) foram tocar no Rock District e entregaram shows agradáveis e que mostram a versatilidade desses artistas e porque eles estão no topo da música nacional tanto tempo. Já no palco Supernova, novas caras da música brasileira também não fizeram feio, como a Folks e a Lagum, mostrando que o Brasil vai bem das pernas quando o assunto é música, pelo menos.

Enquanto No Party For Cao Dong e Billy Carter fizeram ótimos shows no Palco Asia (uma ótima surpresa desse ano no festival), no palco Sunset, O Terno + Capitão Fausto e Melim + Carolina Deslandes, além de comprovarem que a fórmula de integração de bandas e músicos no Sunset é assertivas por muitas vezes, mostra o quanto a música brasileira não está pior, como costumam dizer por aí.

Lulu Santos © Lucas Tavares / Zimel

Lulu Santos cantou por quase uma hora, e acompanhado de Silva por parte do show. O repertório é de sucessos antigos e sem muitas novidades, mas a roupagem que Silva deu a algumas músicas foram o interessante da apresentação. Isso não aconteceu antes do Paralamas do Sucesso também destilar um setlist de certa forma previsível, mas certeiro. Os hits da banda atravessam gerações e Herbert Vianna, João Barone e Bi Ribeiro parecem estar cada dia em melhor forma.

Nickelback © Lucas Tavares / Zimel

Em sua segunda vez no festival, o Nickelback novamente entregou um ótimo show. Muitos reclamam da sonoridade da banda e, de fato, os singles que os fizeram ficar famosos são de certa forma “insossos” perto do resto da discografia da banda. Ótimas músicas menos conhecidas, como “Gotta Be Somebody”, “Feed the Machine” (que abriu a apresentação) e “Burn it to the Ground” (que fechou a apresentação) mostraram a força do grupo de Chad Kroeger e Cia. Sobrou até para um cover de Metallica no meio do setlist!

King Crimson © Lucas Tavares / Zimel

O King Crimson entregou a história em estado puro. A banda lançou, em 1969, o álbum “In the Court of the Crimson King”, pedra fundamental do progressive e objeto de estudo e referência em tudo o que veio depois dentro desse nicho. Gosta de progressivo? Você deve ouvir King Crimson. Gosta de música? Você deve ouvir também, pois o show da banda não é nada convencional. Com três bateristas no palco, a interação e possibilidades se aumentam de forma exponencial e barreiras são transpassadas. Os pontos altos da apresentação foram justamente as três músicas do álbum supracitado, “In the Court of the Crimson King”, “Epitaph” e “21st Century Schizoid Man”.

A tarefa ficou difícil para o Imagine Dragons, porém o grupo tinha o público na mão, que inclusive parecia mais engajado em ver eles ao Muse, já que muita gente foi embora do Parque Olímpico após a apresentação do grupo. Músicas como “Shots”, “Hear Me”, “Mouth of the River”, além dos hits “Thunder” e “Radioactive”, levantaram o público e sacudiram o festival em um show surpreendentemente animado.

Muse © Lucas Tavares / Zimel

Com a missão de encerrar as atividades no Palco Mundo do Rock in Rio 2019, o Muse subiu pela segunda vez ao mesmo para trazer um show excêntrico. Tocando muitas músicas do último álbum, de nome “Simulation Theory” e que traz uma forte influência de Synthpop no som, o grupo trouxe muito neon, dançarinos, e até um alien gigante no Medley de velharias “Stockholm Syndrome/Assassin/Reapers/The Handler/New Born”. Os clássicos, claro, não ficaram de fora da apresentação, a exemplo de “Starlight”, Time is Running Out” e o encerramento de sempre “Knights of Cydonia”. Um show de uma banda que olha pro futuro, assim como a próxima edição do festival, já confirmada para 2021.