Fim de Outubro no Rio de Janeiro, que aguardava ansiosamente mais um grande show: Os suecos do Sabaton e seu metal pomposo e épico. A banda, que da última vez que veio ao Rio de Janeiro esgotou a capacidade do Teatro Rival, desta vez não emplacou a mesma proeza, mas de forma alguma deixou a casa vazia. A banda Armahda fez às vezes como banda de abertura, animou o público e deixou o Circo Voador pronto para a atração principal.

 Os suecos entraram ao som de uma intro imponente e começaram com o petardo Ghost Division, do álbum de 2008, chamado Art Of War. Inclusive, imponente e grandioso é uma palavra que vale pra tudo o que o Sabaton encosta, e o show não poderia ser diferente: A iluminação potente e impactante que seguia as músicas de forma primorosa e estudada faz muita diferença no que os suecos apresentam. Antes de parar pela primeira vez, a banda ainda executou a opressiva Sparta (com uma participação especial do público) e Blood Of Bannockburn.

O super simpático Joakim Brodén apresenta o guitarrista Chris Rörland e o roteirinho ensaiado que leva para Swedish Pagans funciona bem, ainda mais com um público animado e abrindo as rodas a todo o momento, inclusive uma especialmente grande em 40:1, que fez algumas pessoas terem que se recolocar na casa, pois se instaurou o caos. A banda é muito competente ao vivo e tem um grande respaldo também pela qualidade do som apresentado, aonde tudo soa bem, cristalino, agradável e confortável aos ouvidos. O bom humor dos integrantes também ajuda na imersão da apresentação, músicas como The Lost Batallion, Resist and Bite e To Hell And Back e sua melodia inicial marcante mostram tanto as características do som estupendo quanto da presença ótima da banda.

O primeiro ato do show se encerra com Winged Hussars e o público fica no aguardo do Bis, pois sabe o que está por vir. O mesmo, que se inicia com a incrível e impressionante Night Witches, tem seu grande e marcante momento pela música que não pode faltar em terras brasileiras, a ótima Smoking Snakes. Não pode faltar pelo seguinte motivo: a música homenageia os três soldados brasileiros da FEB que resistiram contra o exército alemão em uma colina até o fim de um combate por falta de munição e serem mortos. A comoção foi geral, com rodas gigantes, cantoria plena (com passagem em português na letra, inclusive!) e muitas, muitas palmas no final. Joakim se despiu de todo o seu personagem (tirou até os óculos) e disse com muita verdade: “É incrível ver isso, toda essa gente num domingo e com uma recepção incrível pelo que fizemos. Obrigado”. No mínimo, emocionante.

O show se encerra com a monumental Primo Victoria e sela a noite com grandiosidade em todos os flancos: Vinda do palco com a banda e todo o contexto de uma apresentação ao vivo criado pela mesma em cima disso e também do público, que mesmo em número menor que a última apresentação, não deixou de se mostrar presente e animar a todo momento, bem parecido com a história dos pracinhas brasileiros, não? Uma coisa é certa: O Sabaton, ainda mais dentro de um gênero já esgotado, consegue fazer um show impactante e entrega uma apresentação diferenciada.


Fotos: Luiz Henrique Estevam