O reencontro foi gravado ao vivo nos dias 6 e 8 de setembro de 2019, também, em comemoração à inauguração da moderna arena Chase Center à beira-mar de São Francisco (que agora serve como a nova casa do time Golden State Warriors, da NBA).

Hoje, dia 9 de outubro, o show S&M2 será apresentado em mais de 3.000 salas de cinema por todo o mundo em uma oportunidade única em celebração ao 20° aniversário do S&M (1999) e o Zimel esteve presente na cabine de imprensa no pré-lançamento do filme ocorrido em 2 de outubro, trazendo uma resenha para vocês.

A regência da orquestra para o S&M2 foi a quatro mãos: pelo diretor musical da sinfônica desde 1995, maestro Michael Tilson Thomas, e na maior parte do show pelo maestro residente da orquestra de 2001 a 2006, Edwin Outwater, que não deixou nada a desejar!

O filme começa mostrando um pouco da fundação All Within My Hands (https://www.allwithinmyhands.org/), criada pela banda em 2017 com objetivo de arrecadar fundos, principalmente, para apoio à educação e luta contra a fome.

A banda fala ainda das diferenças entre 2019 e 1999, e relembram a regência “insana” de Michael Kamen, declarando que a ideia original partiu de Kamen, e que naquela época os integrantes do grupo não estavam tão envolvidos nos preparativos. Mas que nesse novo encontro “abriram mais o leque” e participaram de todo o processo, inclusive, decidiram juntos que a orquestra envolveria a banda em um grande círculo, pois estar cercado da energia especial da sinfônica e dos fãs é estar em “um ente musical gigantesco”, diz Kirk Hammett.

O filme começa parecido com o show de 1999. O setlist completo você confere ao final da matéria.

Outwader inicia a regência de The Ecstasy of Gold e em seguida os integrantes da banda entram na arena para tocar The Call of Ktulu.

Algumas mudanças começam, quando canções mais recentes entram no setlist. The Day That Never Comes (do controvertido álbum Death Magnetic, 2008) combinou muito bem com a versão orquestrada.

Nesse primeiro set, Metallica apostou em algumas músicas do disco mais recente (Hardwired…to Self-Destruct, 2016), algumas funcionaram bem, mas nem todas. Deixo essa análise mais pessoal para quem puder assistir ao filme.

Confesso que no caminho para o cinema, já estava torcendo para No Leaf Clover se manter no setlist, e…bingo!

O show se dividiu em duas partes, assim como o primeiro.

No intervalo, a banda sai de cena e Michael Tilson Thomas assume o comando para apresentar a suíte orquestral chamada Scythian Suite.

Em seguida o maestro, bem descontraído, conta para o público que o Metallica fez questão de acompanhar a orquestra em uma música clássica, e que tiveram coragem para isso. Todos se juntam para apresentar Iron Foundry, uma música de Alexander Mosolov. O resultado é sensacional.

Kirk, Lars e Robert deixam o palco e James Hetfield canta The Unforgiven 3, em uma versão de arrepiar qualquer fã.

Outwader retorna para a regência que começa com All With In My Hands, com uma pegada mais acústica que combinou perfeitamente.

Para a surpresa de todos, James anuncia uma homenagem a Cliff Burton, ex-baixista da banda que morreu em um fatídico acidente de ônibus em 1986 e convida ao centro do palco o baixista principal da Orquestra, Scott Pingel, que utilizou uma pedaleira no seu instrumento exclusivamente para o solo de baixo (Anesthesia) Pulling Teeth acompanhado por Lars Ulrich na bateria. O público foi ao delírio e pôde reviver a tão aclamada música instrumental estrelada por Burton em 1983 (faixa do disco Kill ‘Em All)!

James, Kirk e Robert retornam e o show continua com força total com uma sequência de clássicos, é claro que Nothing Else Matters não poderia faltar e foi com toda a emoção de sempre com a plateia toda iluminada apenas pelas lanternas dos celulares.

O show se encerra em um clima mais animado, com Michael Tilson Thomas regendo Enter Sandman.

O S&M2 foi bastante emocionante. Uma oportunidade de reviver o S&M de 1999, com clássicos, e também com novas performances.

Apesar de ser um revival, foi tão único e emocionante como o primeiro. Era possível notar o público já mais velho, 20 anos depois, curtindo cada minuto, grato por aquele reencontro que até então era inimaginável de acontecer.

Posso dizer que os fãs de verdade, sairão bem felizes com o resultado.

Por Luciana Bello Vermelho.

Setlist
Primeira parte
– The Ecstasy of Gold
– The Call of Ktulu
– For Whom The Bell Tolls
– The Day That Never Comes
– The Memory Remains
– Confusion
– Moth Into Flame
– The Outlaw Torn
– No Leaf Clover
– Halo On Fire

Segunda parte
– Scythian Suite, Op.20, Second Movement (de Sergei Sergeyevich Prokofiev)
– Iron Foundry (de Alexander Mosolov)
– The Unforgiven III
– All Within My Hands
– (Anesthesia) Pulling Teeth
– Wherever I May Roam
– One
– Master of Puppets
– Nothing Else Matters
– Enter Sandman