Brookln Dekker é um artista conhecido há algum tempo por fazer parte da dupla indie-folk Rue Royale. Apesar da parceria ter começado em Chicago, cidade onde Brookln nasceu, a banda logo transferiu-se para Nottingham, Inglaterra. Isso é porque a esposa e colega de banda de Brookln, Ruth Dekker, é inglesa. Brookln é o compositor principal do casal, mas sempre escreve como um perfil conjunto. Seu novo projeto solo é uma forma de dar sua visão a partir de uma perspectiva mais pessoal. No entanto, os objetivos do projeto vão além.
Acontece que, no início de sua carreira musical, Brookln criou um disco solo, como revelou para a revista britânica Leftlion. Porém, ele mesmo garante que ninguém jamais vai ouvir esse disco. Na época, ele afirma, já era um compositor decente para a idade, mas não sabia explicar o que queria, musicalmente. Então, contratou alguns músicos que tocaram da forma que quiseram nas faixas. Como resultado, o artista teve um trabalho que não soava em nada como ele queria.
Com o passar dos anos, Brookln embarcou na jornada de Rue Royale, com sua esposa, e o único projeto paralelo que realizou foi em parceria com o pianista clássico Lambert. Por estar tanto tempo sempre trabalhando em conjunto, o artista chegou ao ponto de não saber qual seu verdadeiro som. Então, nesse momento de sua vida, onde tem se descoberto na paternidade, o compositor decidiu dar um passo na direção do autoconhecimento.
“Conhece Dekker como a ti mesmo”
O processo de criação foi lento e atencioso. Cada música foi lançada por vez. Daí vem o nome Slow Reveal, revelação lenta. Afinal, trata-se de uma busca por autenticidade. A segunda parte do título, Chapter One, denuncia: a procura não terminou.
Decidi lançar lentamente porque estou procurando por respostas. Eu não queria escrever um disco sobre “procurar respostas”, mas eu queria criar algo onde, no final, eu soubesse melhor quem sou. Foi uma busca genuína. Eu cresci como autor e consegui chegar ao núcleo disso de uma maneira mais genuína que eu conseguia no início. Há uma ideia romântica sobre querer “conhecer a mim mesmo”, um verdadeiro clichê. Mas você vai mudando com o tempo, então é uma pergunta sem resposta.
Apesar de não ter saciado todos os questionamentos do artista, Slow Reveal é um disco delicioso e maduro. A base é voz e violão, a atmosfera folk que também marca presença em Rue Royale. Mas cada canção tem seus próprios pés e seu próprio significado. Há um clima soul em faixas como The Love e I Think You Know. No entanto, a primeira é sonhadora e reflexiva, enquanto a segunda é descontraída e debochada. Tethered, Wrapped Around é mais acústica, A Better Way tem mais influência rock. Cada faixa é uma reflexão independente, mas todas se encaixam no todo. No fim das contas, isso soa bastante como aprender a conhecer a si mesmo se parece.
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