Em mais uma edição, o Sambabook, que é um projeto multiplataforma que presta homenagem a grandes nomes do samba, dessa vez aporta na Arena Banco Original no Rio de Janeiro, como parte de um dos eventos integrantes da sua longa agenda de verão. Na iniciativa, já foram celebrados nomes como João Nogueira, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, sendo esse último o mais recente. Nessa celebração, era a vez de Diogo Nogueira subir ao palco com os convidados Arlindo Cruz e Dona Ivone Lara. Com a abertura de Thais Macedo esquentando (e bem) a pista, os ânimos estavam em alta para uma noite que prometia.
Diogo Nogueira sobe aos palcos e a gritaria é geral, maximizada pelos fãs que tanto o admiram e acompanham a carreira dele. As músicas Carinho Não Pode Faltar, Fé em Deus e Muito Mais Além abrem os trabalhos do filho de João Nogueira, além de releituras como Camarão que Dorme a Onda Leva, de Zeca Pagodinho. O cantor logo chama Arlindo Cruz para tomar conta do palco e mostrar sua musicalidade para os presentes. Infelizmente, o cansaço já chegou para o cantor e hoje ele prefere ficar sentado em seu devido a problemas musculares e físicos, e já sem o usual cavaquinho a tira-colo, mas isso em nada atrapalha o andamento da sua apresentação, até porque o que mais se manifestam nela são clássicos.
E disso, Arlindo entende bem! Com uma carreira concisa e consolidada dentro do mundo bamba do Samba, a cria da Serrinha destila clássicos como Samba do Arerê, O Show Tem Que Continuar, o clássico absoluto de Arlindo chamado Meu Lugar, no qual ele exalta o local de onde veio e nasceu que vem a ser Madureira, que também é ninho do Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano, pátria da canção Aquarela do Brasil, gravada em 1964 como Samba Enredo da agremiação e cantada a plenos pulmões por todos os presentes.
Dona Ivone Lara sobe ao palco com Arlindo e Diogo e a comoção é geral, também pudera, com músicas como Acreditar, Sonho Meu e Candeeiro de Vovó, é difícil não se sentir agraciado por estar presenciando momentos como aquele. Mesmo com a Matriarca do Samba estando debilitada pela hora da apresentação e não dando muito as caras, ver uma dedicação tão fervorosa ao Samba vindo de uma senhora com quase 100 anos de idade nas costas é louvável, emocionante e mostra o porquê da paixão e do louvor que os iniciados nesse gênero têm.
Após o término do show, ainda teve pista com música até tarde, e quem quis ir pra casa, sem problemas também! O local do show é no Boulevard Olímpico reformado, com bastante iluminação e bem projetada para ir embora de forma segura e agradável após uma noite inesquecível. O Samba cantou suas tradições de forma confiante e orgulhosa, e quem esteve lá sentiu esse manifesto reverberar como surdos não só na carne, mas também na alma.
5 anos de Sambabook
Com Diogo Nogueira, Dona Ivone Lara e Arlindo Cruz – Show de abertura Thais Macedo
Arena Banco Original
Boulevard Olímpico, Rio de Janeiro
13 de janeiro de 2017
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