RIO DE JANEIRO – “Bem vindos! Somos, Explosões no Céu”. Assim, Munaf Rayani anunciava o início do show da banda de post-rock na tenda do Circo Voador. Em sua segunda passagem pela cidade olímpica, A Explosions in The Sky fez um show impactante e cada vez mais se consolida como expoente no gênero. Suas músicas são um convite a contemplação de paisagens íntimas, de memórias vividas ou daquilo que se sonha viver.
?As músicas executadas no intenso setlist são verdadeiras trilhas sonoras de sonhos, com o fechar os olhos é possível até se jogar no mar de todos os seus desejos. Essa é a trilha. A cada pequeno silêncio, entre uma música e outra, era nítido o olhar entre os fãs mais atenciosos, sendo aquele apenas um momento, a pausa para sentir no ar aquela sensação de que “todos não acreditavam no que viam e ouviam”. A ideia que se tinha era que a sonoridade espantosa apresentada pela banda era conduzida no ritmo de emoções e não há como resistir.
Os recursos lançados pelos texanos são essencialmente sonoros, a iluminação acaba sendo um detalhe do show, que sobressaiu com destaque apenas em “Memorial” e no final da apresentação em “The Only Moment We Were Alone”. O nome da banda se torna bem sugestivo ao ponto de elevar todos a uma altura de sensações e explodir no auge de todo um sentimento e, numa queda, que pode ser ao mesmo tempo livre, bonita e leve, mais ao final, todos em fagulhas, seremos então restos destas emoções espalhados pelo chão, seja daquela tristeza contemplativa, ou daquela leve alegria que nos traz um sorriso opaco.
O show do Explosions in The Sky foi exatamente o que se esperava, com aquela pegada introspectiva, e se falamos que é uma banda ideal para solitários que curtem ouvir um som em seu escritório com seu fone de ouvido, em seu quarto ou em qualquer outro momento isolado, ao menos o show da banda fez uma ação antropológica de reunir esses solitários, aos músicos que curtem essa vibe instrumental e pessoas que tem a banda como trilha da sua vida.
Explosions in The Sky
Circo Voador, Rio de Janeiro
19 de novembro de 2015
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