Pouco conhecido, mas bem proficiente, o trio de Manchester que atende sob a alcunha de GoGo Penguin se apresentou esta semana no Blue Note Rio, na Lagoa. A casa é um Jazz Club que guarda uma atmosfera intimista definitivamente especial. Criado em 1981 em Nova Iorque por Danny Bensusan, tem clubs no Japão (Tóquio e Nagoia), Itália (Milão), China (Pequim), além dos estados de Califórnia e Havaí, nos EUA e já recebeu, ao longo de suas 4 décadas de existência já recebeu lendas do Jazz e Blues, nome como Herbie Hancock, Chick Corea e BB King, sem falar nos grandes nomes que saíram da plateia diretamente para o palco para jams históricas, como Sting, Keith Richards, Stevie Wonder e Ray Charles.
Às 20h30, o GoGo Penguin sobe ao palco e começa a primeira das duas seções da noite. Com sete anos de estrada e quatro álbuns lançados, Chris Illingworth (Piano), Nick Blacka (Contrabaixo) e Rob Turner (Bateria) misturam em seus registros jazz, música eletrônica e trip hop, criando um som técnico, atmosférico e único. Músicas como Bardo e sua pegada com trejeitos de pista de dança e A Hundred Moons e toda a ambientação tribal mostram a versatilidade do grupo.
Versatilidade essa que é executada com maestria. Chris é muito seguro de suas linhas nas teclas. Afinal de contas, absorver e executar timbres eletrônicos em um Yamaha de cauda longa não é para qualquer um. Nick não deixa a peteca cair em momento algum e inclusive se utiliza de elementos como arcos e percussões em seu instrumento para aumentar a gama de possibilidades das músicas. Mas quem rouba a cena é Rob com a perfeição com a qual toca o seu instrumento. Músicas como Transient State, Protest e Reactor são uma página em branco para o rapaz destilar toda a sua sabedoria, conhecimento e confiança em cima das canções. Um verdadeiro show à parte.
Pouco mais de 1h20 de show, o Go Go Penguin encerra sua apresentação sendo aplaudido de pé pelo Blue Note. Em um repertório conciso e compreendendo toda a carreira da banda, o recado foi dado em um show sem falhas e que definitivamente, traz um frescor ao jazz praticado na atualidade.
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