Desde a abertura dos portões do último dia do festival os fãs da Twenty One Pilots já ocupavam as primeiras fileiras do palco Onix que mesmo nos shows de abertura ficaram lotados. A segunda apresentação no palco, do Rapper carioca Gabriel, O Pensador, já contava com grande público.
Os fãs chegaram uniformizados, com bandanas, camisas, e fizeram um espetáculo a parte, quando momentos antes do show começar iluminaram o Lollapalooza com as lanternas dos celulares que estavam com fita amarela.
O início do show foi sombrio, a dupla se apresentou em meio a um cenário com um carro velho pegando foto, Tyler Joseph mascarado e Josh Dun com sua bandana tocava loucamente sua bateria em cima de uma plataforma. Uma verdadeira dupla fora da lei, e podemos dizer fora de um script coeso de estilo musical.
Se pararmos para comparar a apresentação da primeira e da última música do set list, parecem ser uma banda diferente da outra. A confusão de estilos já foi admitida por Josh Dun em entrevista ao G1, afirmando que “isso era proposital” e os fãs apaixonados parecem não se importar mesmo com isso. Curtiram o show do inicio ao fim.
O show do Twenty One Pilots é bagunça, mas bagunça calculada, ao menos no que diz respeito à ordem das músicas (que reforça o ecletismo) e ao visual (que comporta roupas de caveira, balaclava, gorro mesmo no calor, moletom na cara, enfim).
“Jumpsuit” abre a noite com um rock climático leve, apesar dos gritos de Tyler, e é seguida pelo rap “Levitade”. Aí está um resumo parcial da atitude de atirar para tudo quanto é lado. No palco, para efeitos decorativos, havia a carcaça de um carro, que pegava fogo.
Já “Heathens” tem momento balada no piano, e “We don’t believe what’s on TV” mostra que os aloprados também querem saber de beleza interior (“Eu não me importo com o que você tem no cabelo/ Só quero saber o que há na sua mente”).
Em “Holding on to you”, o impossível Tyler Joseph começa pendurado na grade e volta ao palco para tocar piano, soltar um falsete e berrar. A recepção aos hits “Ride” e “Stressed out” servem para mostrar que o Twenty One Pilots cresceu bastante desde sua primeira vinda ao Brasil, no Lollapalooza de 2016.
Há coros em praticamente todas as restantes: “Cut my lip” (a excessiva base pré-gravada incomoda), “Morph” (com um jeito de rima tipo Eminem) e a emblemática “Car radio” (a que passa por Coldplay e dance de balada “top”).
Para fechar, “Chlorine” e “Trees”, que sintomaticamente começa lenta e termina como trilha de balada poperô.
Você pode até não ver graça ou originalidade na mistura do Twenty One Pilots ou achar que, isoladamente, cada um dos elementos já foi mais bem trabalhado por outros artistas.
Só não dá para negar que eles estão no lugar certo (todos, no caso) e na hora certa. Sem contar o discurso motivacional, às vezes de autoajuda, que faz parte do pacote.
2. Levitate
3. Heathens
4. We Don’t Believe What’s on TV
5. Lane Boy
6. Nico and the Niners
7. Holding on to You
8. Ride
9. Stressed Out
10. My Blood
11. Cut My Lip
12. Morph
13. Car Radio
14. Josh Drum Battle
15. Chlorine
16. Trees
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