Algumas bandas nasceram para ser originais. Esse é o caso do Apocalyptica, grupo finlandês de rock desde o começo de sua existência, tem detalhe muito peculiar: violoncelos formam o som da banda.
Isso mesmo que você leu. O grupo não possui guitarras, baixo elétrico, teclados…nada. No palco, apenas três violoncelos – manuseados perfeitamente pelos musicistas Paavo Lötjönen, Eicca Toppinen e Perttu Kivilaakso – e uma bateria.
O Início da Noite
O Circo Voador foi enchendo durante a noite, sendo embalado pelo show de abertura dos cariocas do Innocence Lost. A banda vem galgando espaço nos grandes shows do Rio de Janeiro (recentemente abriram para o Angra, na mesma casa) e teve prog metal pra ninguém botar defeito. Apesar do show de curta duração, deram o recado em músicas enérgicas e com ótimos refrões como em “The Trial”. A banda ainda avisou que o álbum de estreia chega em Março. É pra ficar de olho.
Às 20h, os cellos dominam o Circo Voador. No começo da carreira, o Apocalyptica gravava em seus álbuns versões de bandas como Sepultura e Metallica. Essas dominam parte do show, com músicas como “For Whom the Bell Tolls” e “Nothing Else Matters”. Estando no Brasil, seria um sacrilégio não tocar Sepultura, que foi representado em “Refuse/Resist” e na ótima “Inquisition Symphony”, todas em suas versões “clássicas”.
Estrada Autoral
Mas são nas autorais que o grupo brilha. Músicas pensadas e reproduzidas pelos seus instrumentos de origem. Do último álbum (“Cell-0”, de 2020) as ótimas “Ashes of the Modern World” e “En Route to Mayhem” trazem uma versão mais extrema da banda, enquanto “Rise”, do mais palatável “Worlds Collide”, de 2007, mostra toda a carga melódica que a banda pode imprimir.
Com uma iluminação estática e que valoriza o que é feito em cima do palco, os finlandeses derramam carisma pra sustentar um show onde, em termos de movimento, é um pouco diferente do que o gênero proporciona. Músicas como “I’m Not Jesus” e “I Don’t Care”, gravadas com vocalistas convidados nos álbuns, levantam a plateia graças ao suporte carinhoso do vocalista mexicano Erick Canales (Allison), que inclusive orquestra a plateia na longa “Shadowmaker”.
Um show diferente, exótico e que há muito tempo merecia passar pela mitológica lona do Circo Voador. O Rio de Janeiro agradece e aguardar o próximo abalo sonoro ao som de violoncelos.
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