Com álbum novo nas cases, “Electromod” (2016) lançado pela Coqueiro Verde Records, a banda Cachorro Grande veio ao Rio nessa sexta-feira dia 07/10. Formada por Beto Bruno (vocal), Marcelo Gross (guitarra), Rodolfo Krieger (baixo), Gabriel Pelotas (teclado) e Gabriel Azambuja (bateria) a banda escolheu como palco o Imperator, localizado no Méier, Zona Norte da cidade.
Peca quem acha que a escolha foi inapropriada. Quem ainda não foi conferir uma das mais novas casas da cidade está perdendo tempo já que tanto o som quanto as iluminação marcam qualquer show feito ali. Tendo lido algumas resenhas sobre o novo som trazido pela banda, fomos la conferir como foi essa “briga de cachorro grande” (perdoem o trocadilho, mas remete à origem do nome da banda) pra mesclar o som já consolidado em albuns anteriores e as novas influências de eletro rock e psicodelia, que ja vinham aparecendo desde o album anterior, “Costa do Marfim” (2014), em um só show.
O fato da casa estar esvaziada, ao invés de ter atrapalhado a noite, permitiu que o show se tornasse um grande encontro intimista, diria até uma jam session. As trocas entre o público e a banda rolaram durante todo o show, uma bela gastação de onda. Pedidos de músicas, zueiras, trocas de copos e até rolé do vocal pela pista teve. Em grande parte do show deu pra perceber que o público presente estava bem afinado, inclusive, com os novos albuns cantando e curtindo junto, assim como a banda, que mostrou com jeito como unir os sons, banhados de solos de guitarra psicodélicas que fizeram as transições entre algumas músicas como o teclado delirante que rolou em “Deixa fudê”.
“Expulsando” o vocalista do palco, Marcelo Gross e Rodolfo Krieger se apossaram dos microfones e fizeram ali um momento a parte pra relembrar de albuns anteriores. Com direito a participação de Gabriel Galled, vocal/guitarra da banda The Highjack – que, aliás, lançou esse mês o album “Express”. Vale conferir! -, fazendo as vezes de baterista em “Dia perfeito”. Seguiram então com “O que você tem” e trouxeram Beto de volta dos rolês do backstage pra cantar “Vai T.Q dá” tendo exímia demonstração de habilidade nos solos de guitarra e que, brincando, disseram ser a única que eles lembram do primeiro album. Pura mentira, né! Show regado de antigos sucessos que não podiam faltar e que, certamente, são inesquecíveis pra banda e pro público. “Sinceramente” trouxe o desejo que a casa permitisse os isqueiros no ar, público e banda juntos curtindo essa onda mais calminha que passou rapidinho com a chegada de “Lunático” e “Sexperienced”. Marcando o Bis, “Pra onde eu vou”, a galera sem vontade de que acabasse e uma mais uma bela viagem com solos psicodélicos e distorções. Ufa! Em certo momento do show Beto Bruno disse que ali estavam os bons.
Cachorro Grande
07 de outubro de 2016
Imperator, Meier, Rio de Janeiro
* colaborou: Ana Coimbra
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