O ano de 2019 foi grande para Eduarda Bittencourt, a recifense-carioca de 32 anos que atende pela alcunha de Duda Beat. A cantora começou o ano cantando com Ivete Sangalo em Salvador e fechou emplacando seu hit “Bixinho” em novela de horário nobre da Globo. Além disso, um desfile de parcerias musicais provou sua versatilidade, seja no forró de Lucas Santtana ou regravando Agepê. Não sendo bastante, participou como atração surpresa do Rock in Rio e no line-up do Lollapalooza – onde iniciou oficialmente a turnê “Sinto Muito”. A qual, nesse 18 de janeiro, encerrou no Circo Voador.
Aliás, não encerrou ainda: A procura por ingressos foi tanta que, após o esgotamento dos ingressos, uma data extra foi acrescentada. A despedida então foi adiada e, no dia 1º de fevereiro, terá seu fechamento oficial. Mas, fosse finalizada na noite de ontem, já teria sido com chave de ouro.
O Circo lotado, depois do belíssimo show de abertura da cantora Majur – procure conhecer! – se transformou na Igreja de Santa Sofrência Pop, comandada por Duda Beat e sua banda. Com a cenografia simples de cortinas prateadas/furta-cor, a apresentação permite a centralidade daquilo que mais importa: a interpretação apaixonada dos musicistas no palco. Um dos pontos mais gostosos do show é a forma entregue e dedicada como cada componente participa. E, junto a eles, o público de fiéis, entoando cada música em alto som.
Parcerias que dão certo
Além da íntegra do disco que nomeia a tour, foram cantados vários singles que, lançados no último ano, enriqueceram o repertório. Um dos destaques da noites certamente, foi a apresentação de “Tangerina”, canção de Tiago Iorc na qual Duda Beat colaborou emprestando seus vocais na versão acústica. Para surpresa e delírio do público, o próprio Tiago Iorc surgiu no palco para interpretar com ela a canção, roubando a cena por alguns minutos. Ainda fizeram parte do setlist os feats “Meu Primeiro Amor” (Lucas Santtana), “Eu e Você na Pista” (Illy), “Xanalá” (Gaby Amarantos) e “Sobrou Silêncio” (Rashid) e os covers “Deixa eu te Amar” (Agepê) e “Vem Quente que eu estou Fervendo” (Erasmo Carlos) – e, mesmo sem fazer parte da discografia da cantora, o hit recifense “Ninguém fica parado (Chapuletei)”, de Shevchenko e Elloco, apresentado com sua devida coreografia.
O ciclo que Duda fecha com o encerramento da turnê “Sinto Muito” abre os caminhos para o lançamento de seu aguardado segundo álbum de estúdio. Ao longo dessa viagem, do pop ao brega funk e do reggae ao forró, trilhada ao longo de um movimentado e frutífero 2019, Duda Beat tem calçado as bases mais fortes de sua carreira. Apesar de todo o barulho que já causa e dos fãs apaixonados que arrasta, esse ainda é o início da estrada. O prazer é nosso, é de quem acompanha essa aclive caminhada e pode ver uma artista que dá passos largos pelo cânone da música nacional sem disfarçar o sotaque.
Duda Beat no Circo Voador
18 de janeiro de 2020, Rio de Janeiro
(Já que “só mais uma vez não vai fazer diferença”, a segunda chance de estar presente nesse momento acontece dia 1 de fevereiro, também no Circo Voador. Ingressos à venda.)
Fotos de Larissa Fernandes
Não há comentários enviados