O Instituto Memória Musical Brasileira lança, nesta quarta-feira com evento no Rio (leia mais abaixo), seu novo site, casa de um dos principais acervos virtuais da MPB: o extinto memoriamusical.com.br dá lugar ao immub.org, mantido de forma colaborativa. Com a mudança, o objetivo é expandir sua já extensa base de dados com uma ajudinha de colecionadores, pesquisadores, músicos e fãs de música.

Para isso, João Carlos Carino, produtor cultural, radialista e presidente do IMMuB, frisa: a despeito dos termos “memória” e “MPB”, o IMMuB pretende catalogar discos de todas as épocas e de todos os gêneros musicais gravados no Brasil. Desde a primeira gravação comercial registrada no Brasil (“Isto é bom”, de Xisto Bahia, gravada por Bahiano em 1902), a discos de sertanejo lançados em 2017. De Noel Rosa a Anitta.

Reformulada, a página volta ao ar com mais de 30 mil LPs, 32 mil discos 78 RPM, 12 mil CDs, 7 mil compactos e mais de 100 mil faixas completas para audição, a maioria de discos fora de catálogo, além de 25 mil capas, contracapas e encartes para consultar. Todo o acervo está disponível gratuitamente. Além do acervo, a nova versão traz ainda colunistas como o jornalista Tárik de Souza e o músico Henrique Cazes, e um portal de notícias.

— Quando começamos o site, em 2006, tínhamos 27 mil discos catalogados, vindos de discotecas públicas, coleções privadas, pesquisadores, gravadoras também contribuem. Hoje, temos 20 mil apenas esperando a validação por nossa equipe. A nossa ferramenta de pesquisa é mais moderna, e permite que o usuário cruzem informações sobre intérpretes e compositores, além de poderem submeter discos e correções — explica Carino.

Outra novidade é a seção “Minha discoteca”, em que cada usuário pode catalogar a própria coleção de discos a partir das informações já disponíveis no sistema.

— Os principais discos de música brasileira já estão lá, mas ainda falta muita coisa de música nordestina, da produção do Sul do país, discos independentes, música gospel… — avalia Carino — Esse é um universo que não para. Tornar o site colaborativo é fundamental para poder corrigir essas falhas. Cabem todos os gêneros.

Queremos espanar a poeira, o nome “memória” pode remeter a uma coisa antiga, mas a ideia é catalogar tudo, trazer artistas e músicas contemporâneas. Mas também não dá pra trabalhar com música sem pensar no passado.

FESTA DE LANÇAMENTO

O lançamento do site será comemorado com um evento no Oi Futuro do Flamengo, no Rio, com discotecagem da DJ Tata Ogan, tocando raridades em vinil da música brasileira, além de shows de Moyseis Marques, Julia Vargas e Posada. A festa, aberta ao público, acontecerá das 19h às 22h, e tem entrada gratuita.