Apesar da previsão de chuva, o dia começou ensolarado no sábado (06) de Lolla. Logo cedo, rolaram as apresentações de Duda Beat (que reuniu bastante gente e lançou uma música nova em companhia de Jaloo e Matheus Carrilho, além de pedir liberdade para o DJ Rennan da Penha), Carne Doce (que se reestrutura após as denúncias que levaram ao desligamento do ex baterista) e Catavento (banda gaúcha e psicodélica).
Liniker e os Caramelows conseguiram completar sua bela e sempre hipnótica e emocionante apresentação, enterrando o fantasma do ano passado para a felicidade geral, mas por volta das 14h30, quando um dos maiores expoentes do rap e um dos shows mais esperados do dia, Rashid, estava na terceira música, sua performance precisou ser interrompida, assim como os americanos da banda de indie pop Lany. O motivo foi a ameaça de tempestade de raios na proximidade, o que levou a um bloqueio das entradas e esvaziamento do espaço do festival.
O público foi instruído a seguir para a saída de emergência e teve que lidar com algumas informações conflitantes durante fortes chuvas até cerca das 16h20, quando o acesso foi novamente liberado. Com o infeliz cancelamento do show do cantor Silva, a programação deu continuidade com as apresentações dos nova-iorquinos Snow Patrol e a cantora e compositora francesa Jain, reduzidas a meia hora cada.
A banda Bring Me The Horizon levantou o público do palco Onix, que fez rodinha e bateu cabeça enquanto o vocalista arriscava mostrar o que tem aprendido de português com a namorada brasileira. O show conseguiu conciliar o novo som, mais pop, com os sucessos antigos da banda, puxados para o metal. Depois foram as vezes de Jorja Smith, estreante em solo brasileiro, e o veterano Lenny Kravitz, que literalmente já é de casa. Jorja atendeu todas as expectativas (que eram muitas, devido sua crescente popularidade desde que participou da trilha sonora de Pantera Negra) e foi além, vestida com uma camisa da seleção brasileira e uma saia verde combinando. Jorja também rebolou e interagiu bastante com o público. Lenny, por outro lado, pouco interagiu com a plateia, apenas agradecendo por terem esperado mesmo com a chuva. A falta de interação pode resultar às vezes em uma experiência de show robótica, mas estamos falando de Lenny Kravitz. Nada que sua malemolência e grandes hits não transformem em uma apresentação memorável.
E por falar em memorável, certamente um dos maiores momentos do Lollapalooza 2019 será o show de Post Malone. Por ser um artista que tem emplacado sucessos nas rádios, muita popularidade na internet e que conquistou o público brasileiro, já estava fadado a ser um dos destaques do dia. Para ir além, ele fez uma surpresa: convidou o Mc Kevin o Chris, responsável por hit atrás de hit no funk carioca desde o início do ano passado, para participar de seu show. “Vamos pra Gaiola” levantou a galera – Malone, animado, acompanhava dançando do próprio jeito. Outra vez a força do funk esteve presente em um festival dessa magnitude através de artistas gringos. Esperamos que esse novo exemplo sirva como incentivo para que nossos artistas sejam colocados mais em cima dos palcos, e não atrás das grades.
No fim da noite, tocaram ainda os americanos e eletrônicos Odesza e Steve Aoki. Fechando a data, Kings of Leon fez uma apresentação baseada nos grandes hits da banda e sem muitas surpresas, tendo como atrativos o jogo de luzes e os visuais dos telões. Em comparação ao encerramento do dia anterior, estava consideravelmente mais vazio, muito provavelmente devido ao mau tempo e receio do público em enfrentar problemas para chegar em casa. O show portanto ficou na conta dos grandes fãs, que puderam berrar “Sex on Fire” e “Use Somebody” como se não houvesse amanhã.
Mas haverá, e com ele o último dia da edição 2019 do Lolla. Na falta do Cacique Cobra Coral para afastar o mau tempo, resta torcermos para que corra tudo bem e conforme o programado no encerramento dessa edição. Aos que estarão presentes, fica a recomendação: tragam capa de chuva e muita animação. O show tem que continuar.
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