A escalação do Metallica para o Lollapalooza Brasil 2017 foi uma das escolhas mais controversas das edições brasileiras até hoje. Uma parte do público alegou não haver espaço para uma banda de metal em um ambiente indie, argumento extremamente fraco visto que o Palco Perry, focado em música eletrônica, é um dos mais concorridos e está sempre com lotação máxima.
No fim das contas, o que se viu foi uma multidão de apaixonados pela banda tomando os gramados “indie” do primeiro dia de apresentações no Lolla Brasil. Os fãs eram reconhecidos de longe ostentando camisetas da banda e uma vontade imensa de não sair do palco principal, onde a apresentação aconteceria no final da noite. Diferente da selvageria que muitos esperavam, a Metallica Family – como são conhecidos os fãs – foi o grupo mais fiel e preocupado em aproveitar a música que se viu no festival.
Apesar de já ser habitué em palcos brasileiros, desta vez o Metallica veio ao Brasil com um novo álbum em seu repertório. Lançado em 2016, “Hardwired… to Self-Destruct” veio em boa hora para os fãs, após um hiato de 8 anos desde “Death Magnetic”, e foi bastante aclamado.
Com cerca de dez minutos de atraso, ouviu-se a clássica introdução “The Ecstasy of Gold”, de Ennio Morricone, seguida pela explosiva “Hardwired”, onde a banda apareceu gigantesca projetada no telão atrás do palco.
Da platéia dava para distinguir os fãs daqueles que estavam ali sem ter exatamente intimidade com o som da banda, o que ficou ainda mais claro pela quantidade de rodas de papo e selfie que rolavam totalmente alheias à apresentação. Nada que pudesse atrapalhar a energia da platéia, que seguia entoando hits do novo álbum, como “Atlas, Rise!”, “Moth Into Flame” e “Halo On Fire”, além de ter sido agraciada com “Whiplash” e “Seek & Destroy”, ambas do primeiro álbum da banda, “Kill ‘em All”, de 1983.
Dos destaques da noite, o solo de baixo de Robert Trujillo e as performances de “The Memory Remains” e “Battery”.
A apresentação foi enxuta e o set list condizente com um festival, mas ainda assim o Metallica mostrou sua maestria e a razão pela qual já soma mais de 30 anos de estrada. Apesar das críticas e polêmicas, inclusive dos próprios fãs, alegando que o show poderia ter sido solo, é inegável a importância de uma banda deste porte e qualidade no festival a fim de tornar o line up robusto e relevante no cenário musical.
Não há comentários enviados