Oferecendo uma programação inteiramente gratuita e com line-up 100% feminino, a 14a. edição do MIMO Festival levou música da mais alta qualidade a Paraty nesse fim de semana, além de filmes inéditos no Festival MIMO de Cinema, e workshops e palestras com os artistas.
A cantora Baby do Brasil, sempre original e irreverente, foi uma das atrações principais do evento, com seu novo show, “Baby do Brasil Experience”, e levou a plateia ao delírio com hits como “Masculino e Feminino”, e “Menino do Rio”. “Nunca tinha vindo a Paraty. É um lugar maravilhoso para estrear essa turnê. Vim com tudo. Vocês já me conhecem, podem esperar tudo de mim. Tenho nada de careta, não”, disse Baby, feliz da vida no palco.
Houve ainda espaço privilegiado no evento para a representatividade trans, em uma noite apenas para elas no palco principal, na Praça da Matriz, com “Liniker e os Caramelows” e o grupo “As Bahias e A Cozinha Mineira”, estreando a turnê do CD “Bixa”, nome dado em alusão ao histórico “Bicho”, de Caetano Veloso. “Paraty é dos travestis. Estamos tomando esse espaço com as unhas”, esbravejou Assucena, líder das Bahias, no palco.
E, como não podia deixar de ser, o MIMO apresentou novidades internacionais arrebatadoras, como a cantora inglesa Ala.ni, que emocionou com seu concerto na Igreja da Matriz, e a diva africana Oumou Sangaré, que é conhecida no Mali por sua luta pelo Direito das Mulheres.
A cantora carioca IZA, que recentemente soltou a voz no Rock in Rio ao lado do rapper americano Cee-lo, fez um show acústico no Forte Defensor Perpétuo. A conceituada cantora portuguesa Teresa Salgueiro, ex-cantora do Madredeus e que está lançando novo álbum, “O horizonte”, fez uma palestra sobre o fado e Amália Rodrigues e encerrou o festival, no palco da Matriz, no domingo.
Foram três dias de evento, e um total de 24 mil pessoas circulando pela cidade. No Festival de Cinema, com curadoria de Rejane Zilles, destaque para duas estrelas da música reverenciadas agora no telão: os filmes “Ilu Obá de Min – Uma homenagem a Elza Soares, a Pérola Negra”, de Beto Brant; “Clara estrela”, de Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir, sobre Clara Nunes, que fez sua première em Paraty. “Estamos muito felizes de esta aqui porque é um festival de música muito importante, e se Clara estivesse viva, com certeza estaria aqui”, disse Susanna.
Na Etapa Educativa, a necessária ocupação de espaços públicos pela cultura e o patrocínio continuado foram os principais tópicos abordados no encontro das diretoras do MIMO Festival, Lu Araújo, e da Flip, Belita Cermelli, promovido pelo British Council.
A atividade ocupou a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, em Paraty, na manhã de sábado, como parte da grade de cursos da academia internacional de festivais. As diretoras trocaram informações com o público sobre as suas experiências à frente dos dois mais importantes festivais da cidade, que movimentam o turismo e o comércio da região. “Não é fácil fazer projetos como o MIMO, é um desafio, mas a gente faz. Amor é o principal. E eu amo muito o que faço”, resumiu Lu.
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