O cenário do show do ex-Smiths no Rio de Janeiro foi marcado por muitos hits, vídeos e imagens polêmicas no backdrop, público extasiado e, claro, presença de palco hipnotizante e doce do Morrissey, mostrando didaticamente o que é ser um verdadeiro rockstar. Com 28 anos de carreira solo consistente, o cantor coleciona dez álbuns de estúdio, sendo o último “World Peace Is None Of Your Business”, lançado em 2014.
Considerado uma das lendas vivas do rock, Steven Patrick Morrissey fez um show histórico no Rio de Janeiro nesta última terça-feira (24/11/2015). A festa começou com “Suedhead”, um dos hits de seu primeiro disco solo “Viva Hate” de 1988. Foi um belo início. O público cantou junto todos os versos e, com as mãos para o alto, exclamavam “I’m so sorry, I’m so sorry”. Essa cena era incontestável: estávamos diante de um rockstar, um dos maiores e mais instintivos de todos os tempos. Logo em seguida, Morrissey apresentou “Alma Matters”, que é outro hit de sua carreira solo, e “This Charming Man”, grande sucesso dos Smiths.
O setlist contou com vinte e quatro músicas, sendo dezoito de sua carreira solo, 1 cover do Elvis Presley (You’ll Be Gone) e cinco dos Smiths, entre elas “How Soon Is Now” e “What She Said” com uma guitarra especialmente imponente tocada pelo Boz Boorer, que acompanha Morrissey há mais de 20 anos. É evidente que o ex-Smiths evita apresentar músicas de sua antiga banda, mas o Rio foi premiado com um bom número de canções. As letras das músicas são sobre amor, sofrimento e protesto, configurando-se uma mistura de rebeldia e melancolia.
As imagens e vídeos projetados no decorrer do show tiveram grande destaque, por exemplo, a parte mais chocante aconteceu durante a música “Meat Is a Murder”, com um vídeo sobre tortura e abate de animais projetado no backdrop, logo após esse vídeo de embrulhar o estômago, um recado em português: “Qual é a sua desculpa agora? Carne é assassinato!”. Além desta tradicional crítica, houve também projeção de policiais agredindo civis em “Ganglord”.
Trompete, acordeon, tambor e gongo também marcaram presença e deram um toque especial na apresentação da banda, que estava uniformizada de suspensórios, calças pretas e camisas brancas. Falando em camisa, para a loucura das fãs, Morrissey tirou a dele e ficou uma música inteira desfilando só de calças. O astro ainda dedicou alguns minutos do show para autografar discos e livros que os fãs da primeira fileira tinham levado.
E, por fim, nos despedimos do show com uma montagem de uma doce foto da rainha Elizabeth II mostrando os dois dedos médios erguidos enquanto Morrissey cantava “The Queen Is Dead”, com o mesmo fôlego e boa voz do início do show.
SETLIST /// MORRISSEY
Metropolitan, Rio de Janeiro
24 de novembro de 2015
1- Suedehead
2- Alma Matters
3- This Charming Man
4- You Have Killed Me
5- Speedway
6- Ganglord
7- World Peace Is None of Your Business
8- How Soon Is Now?
9- Kiss Me a Lot
10- Istanbul
11- Mama Lay Softly on the Riverbed
12- One of Our Own
13- Earth Is the Loneliest Planet
14- The Bullfighter Dies
15- You’ll Be Gone
16- The World Is Full of Crashing Bores
17- Oboe Concerto
18- Meat Is Murder
19- Everyday Is Like Sunday
20- Jack the Ripper
21- What She Said
Bis
22- I’m Throwing My Arms Around Paris
23- First of the Gang to Die
24- The Queen Is Dead
Não há comentários enviados