Pela primeira vez no Brasil, a banda Saosin marcou presença em terras cariocas. Muito esperado, a apresentação ainda teve a abertura luxuosa de Anthony Green, vocalista do grupo, em formato acústico. Com muitos covers interessantes (em especial um do Deftones), o marco preparou os presentes para o ato elétrico que viria a seguir.
O Saosin poupa palavras no palco, mas isso não quer dizer que fale pouco. A expressão máxima do grupo se dá nas suas letras e em toda a postura em cima do palco. Green, com todos os seus trejeitos e suas marcas de expressão chama a atenção para si e faz a sua própria presença um show a parte. Para além disso, o vocalista está muito mais preparado para entregar o melhor de seu instrumento. Se em músicas do EP Translating the Name (2003), como 3rd Measurement in C e a ótima faixa título Translating the Name, era perceptível o esforço vocal doado, atualmente o rapaz dá conta das mesmas sem muitos esforços. Isso se deve, claro, a muito treino e conhecimento da sua voz.
O primeiro play do grupo só teve uma música lembrada, a ótima Voices. Apesar do vocalista não lembrar a letra da música e deixar isso claro ao fim (o que mostra um certo desrespeito pelo trabalho alheio), a música foi cantada a plenos pulmões pelo público presente, que nesse momento já ocupava a maior parte do Teatro Odisseia. A saber, o primeiro e o segundo álbum foram interpretados pelo vocalista Cove Reber, e Anthony Green cantou apenas o EP e o último álbum, chamado Along the Shadow, de 2016.
Inclusive, o álbum teve diversas músicas executadas na apresentação (oito, ao total). Destaque para as ótimas Control and Urge to Pray, Sore Distress e Ideology is Thief, sendo essa última a responsável pelas primeiras rodas logo nos primeiros minutos de show. O já mencionado primeiro e histórico primeiro EP do grupo foi tocado em sua íntegra (cinco músicas ao todo), inclusive com uma música pertencente a ele, a icônica e clássica do estilo Seven Years, encerrando a apresentação.
O Saosin mostra porquê é um dos grupos mais marcantes do Post-Hardcore/Screamo do mundo e entrega em sua primeira vinda ao Brasil um show enérgico, cercado de muita paixão e principalmente, marcante. Marcante por executar na íntegra um clássico, marcante por derramar dedicação em cada nota tocada e marcante, principalmente, por ter deixado um sorriso no rosto de cada um no fim da apresentação.
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