A atmosfera sofisticada das canções do The xx, inebriou o público que bateu ponto no show do trio. O minimalismo que é marca registrada também na estética visual, da sobriedade do palco ao figurino dos músicos, é uma espécie de manifesto, reforçando que a música está sempre em primeiro plano.
A apresentação da banda no Lollapalooza foi marcante não apenas pelo retorno após quase quatro anos (a última passagem por aqui foi em 2013), mas também pela oportunidade de conferir ao vivo as músicas do mais recente álbum “I see you”, lançado em janeiro. A missão não foi complicada, já que o público mostrou intimidade com algumas faixas, como “Say something loving”, “Dangerous” e “Hold on”.
O grupo entende da arte de fazer setlist e equilibrou bem os hits com as novidades, tendo em retribuição a veneração do público, o que deixou os músicos um tanto impressionados, especialmente a tímida vocalista Romy Madley Croft, que no fim da apresentação se declarou “sem palavras”. Certamente, eles não fazem ideia do quanto também ficamos impressionados com “Crystalised”, “Islands”, “VCR” ou “Infinity”.
O repertório ainda abriu espaço para Jamie xx, mostrar um pouco do seu trabalho solo, com “Loud places”, do excelente disco “In colours” (2015), faixa que poderia ser perfeitamente do novo álbum do próprio The xx, que mostra uma pegada mais dançante em relação aos anteriores, mais introspectivos. Sem concessões, o show é encerrado com “Angels”, uma canção contemplativa que encontrou um público já arrebatado pelo belo espetáculo intimista. Um show que colocou a música em primeiro lugar, um alento quando pensamos no cenário atual onde as composições são quase sempre apenas mais um elemento em apresentações onde reinam a pirotecnia.
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