O Teatro Odisseia vai fechar as portas no fim do ano, anunciou o empresário Leo Feijó, proprietário da casa. Aberto em 2004, o espaço recebeu em seu palco artistas como Paralamas do Sucesso, Los Hermanos, Miúcha, Marky Ramone, Jello Biafra e Skatalites. Foram mais de 2 mil shows nesses últimos 15 anos, recebendo um público superior a 1,5 milhão de pessoas.

Em comunicado, Feijó lembrou que o Odisseia é “uma das principais casas de médio porte do Brasil” e justificou a decisão. “Vivemos uma crise no modelo de música ao vivo em palcos de médio porte no RJ”. Ele destaca que o “acesso a a patrocínio é quase impossível (as marcas em geral só querem megaeventos ou arenas)”.

A casa, argumenta Feijó, ficou inviável economicamente. “Apesar da boa circulação de público e engajamento nas mídias sociais, o valor dos ingressos caiu e a lógica dos eventos gratuitos de rua combinada com a informalidade (venda de alimentos e bebidas em ambulantes) está prejudicando esse ecossistema”.

Por fim, o empresário faz um apelo: “Se souberem de novos modelos, grupos interessados ou tiverem alguma ideia mirabolante, a música agradece”.

Em junho, a casa comemorou seu aniversário com o Festival Teatro Odisseia 15 anos, tendo como atração Wander Wildner. Feijó comparou a trajetório do compositor punk romântico gaúcho à própria história do Odisseia:

— o Wander é um cara que está lançando o 12º disco, que nunca teve um patrocínio, que está nadando contra a corrente e que segue aí fazendo música. Ele é exatamente como a gente — disse Feijó na ocasião.