Dois projetos bastante diferentes dentro da música eletrônica são o tema do #RadarZimel de hoje. Buscando inspiração em fontes distintas, os artistas de hoje têm seu foco na união entre colaboradores diferentes. Ou seja, a ideia é unir forças afim de criar algo novo, marcante e divertido. Saiba mais sobre a criatividade teatral e narrativa de 1000 Beasts e a ousadia sexual de 3MMC a seguir.

1000 Beasts

1000 Beasts é o projeto de eletropop alternativo do produtor e compositor irlandês Cian. O conceito por trás do projeto é desenvolver colaborações com diversos artistas e criar músicas que contenham o melhor das duas partes. Acima de tudo, os objetivos do produtor são gerar “colaboração, vibe e criatividade”.

Portanto, não é surpresa que seu novo EP, On a diferente page, seja basicamente isso. Uma mistura de eletrônica com disco music, lo-fi, hip hop e até sample em português. A obra é resultado de muita experimentação e de uma busca pelos colaboradores certos para o projeto.

As letras são majoritariamente narrativas e ilustram cenas sobre as mais variadas situações envolvendo o tema do amor. Assim, seja celebrando as fantasias e lições aprendidas ou atravessando as dificuldades, o ouvinte recebe cada canção como um capítulo de novela. O mais recente single do EP é a eletrônica Tokyo.

Segunda parceria do produtor com a cantora londrina Kayleigh Noble, Tokyo tem uma melodia house e um estilo lo-fi com um baixo pesado. Pegando um pouco de inspiração vogue, a canção combina a criatividade de Cian com a performance vocal maravilhosa de Kayleigh.

“Nós dois sabíamos que com nossa primeira faixa juntos, Le Marais, tínhamos uma grande obra e seria óbvio continuar colaborando. Então desenvolvi Tokyo na segunda metade de 2019, sabendo que adoraria ter algo com esse sentimento no EP. Depois de duas sessões de escrita e gravação, a coisa toda se completou muito rapidamente.”

3MMC

Os integrantes da 3MMC formam um encontro um tanto imprevisível. Ela é uma cantora wop-goth da Riviera Francesa. Ele é um rapper iraniano. Mas duas coisas uniram Framboise e Carlos: A vida noturna de Berlim e substâncias ilícitas. O nome faz referência à 3-metilmetacatinona, sintético da família da mefedrona sob efeito da qual ambos estavam quando decidiram iniciar o projeto. Musicalmente, os integrantes buscaram inspirações um no outro e nas boates que adoram frequentar. Como resultado, temos uma mistura bem dark de rap com techno industrial, abordando os temas de identidade e sexualidade sem medo da imaginação.

O primeiro EP do projeto se chama SCUM e foi lançado esse ano. As quatro faixas do EP operam em um estilo de rap que, segundo eles, é “feminino, erótico e radical”. Dessa forma, as canções figuram temas como dinheiro e poder em Lolita Express, a fantasia da ultraviolência em Fight e anseios adolescentes em Chav. O primeiro single, Harder, busca inspiração no cinema de Gaspard Noé para abordar a prática de bondage na noite alemã.