Chris Martin e Cia. demoraram mas chegaram: o Coldplay finalmente voltou ao Rio de Janeiro. Pela sexta vez o grupo britânico vem ao RJ. Nesta, com o álbum “Music of the Spheres” como âncora para seus shows megalomaníacos.
O espetáculo surpreende e contagia. As “ôlas” espontâneas do público antes do começo já davam uma prévia da função da pulseiras brilhantes – itens que irão interagir entre si nas músicas de forma sincronizada, entregue aos fãs na entrada (e que precisa ser devolvido, viu?)
Essas tais “ôlas” funcionam analogamente como pulsos, ondas, movimento síncrono em forma de festa. É o micro simulado pelo macro. As pulseiras geram um sentimento incrível de unidade. De apenas um.
Comparado a vinda de 2016, em 2023 o uso desta tecnologia foi mais intenso e melhor integrado – em “Higher Power”, primeira do setlist, já existe uma interação incrível. Além disso, muitos fogos de artificio foram usados ao longo da apresentação, o que aumenta a amplitude de espetáculo.
Como esse é um texto pessoal, não me leve a mal: eu tenho saudade do Coldplay antigo. Acho os três primeiros álbuns ótimos e conforme o tempo foi passando, essa positividade quase tóxica dos últimos registros não me agrada tanto (com exceções), mas não dá para dizer que não funciona ao vivo. “Viva la Vida” (feita no palco B) e “A Sky Full of Stars” são destaques.
Como assim “Palco B”? Pois bem, o Coldplay está usando três palcos em suas apresentações ao vivo: A (o principal), B e C (secundários). É uma estratégia ótima para dar uma melhor visibilidade, com o intuito de criar mais uma vez o sentimento de unidade.
No palco C, os britânicos convidaram os filhos de Caetano Veloso para performar a ótima “Todo Homem”. por fim Lauren Mayberry, vocalista da ótima banda de Sythpop CHVRCHES (ato de abertura desta turnê do Coldplay que você precisa conhecer), se uniu para “Cry Cry Cry”. No B, a surpresa fica por conta de “Strawberry Swing”, debut na turnê e não tocada desde 2016.
“Clocks” (com iluminação diferente do usual, semelhante a do clipe, com leds horizontais) e “Yellow” (com ÓBVIAS pulseiras amarelas) marcam a fase antiga do grupo. Por fim, o encerramento fica com “Humankind”, “Fix You” e nada apoteótica “Biutyful”. Escolha estranha para se encerrar um show.
O espetáculo sensorial do Coldplay no RJ ainda conta com duas datas da turnê de onze, postergada por problemas de saúde de Chris Martin, em 2022.
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