Dando continuidade à sua turnê “Eu Sou a Marrom”, em comemoração a seus 70 anos, Alcione apresentou-se na sexta-feira, 10, para um Vivo Rio de ingressos esgotados. Ícone da música nacional, ela tem desenvolvido essa turnê desde o final do ano passado, parte do projeto audiovisual de mesmo nome que celebra sua trajetória e contará também com um documentário e um musical.

E a apresentação em si é uma emocionante rememoração da carreira da maranhense. Entoando desde sambas e boleros que marcaram o início de sua carreira até sucessos mais recentes, Alcione não somente envolve com sua marcante voz característica, mas encanta pela energia que mantém, aos setenta anos, durante o show de cerca de duas horas. É verdade que canta sentada durante algumas músicas, mas também dança de um lado ao outro no palco e até sensualiza, em todo seu direito.

Entre memórias de sua vida, Alcione também divide as saudades de seu amigo Emílio Santiago, falecido há cinco anos, a quem presta tributo cantando “Flamboyant” e “Saigon”, e homenageia também Dona Ivone Lara. A surpresa da noite ficou por conta do momento em que a cantora contou ter conhecido Jojo Marontinni em apresentação recente no Retiro dos Artistas, RJ, e ficou encantada. Alcione pediu então uma batida de funk, e cantou um trecho de “Arrasou Viado”, da funkeira. Também pediu que seu sobrinho, participante do show como backing vocal, dançasse um pouco de passinho, que Alcione disse ser fã mesmo que não saiba dançar. Além disso, o rapaz mostrou as habilidades vocais, em um cover de “Até que Durou”, de Péricles.

E entre animados sambas, momentos emocionantes e muitas homenagens a Estação Primeira de Mangueira, Alcione comoveu a casa lotada, especialmente em seus maiores sucessos, como “A Loba”, “Estranha Loucura”, “Você Me Vira a Cabeça”, “Gostoso Veneno” e “Meu Ébano”. Com esse espetáculo, Alcione lembra a todos de seu legado e seu lugar entre as maiores vozes do Brasil de todos os tempos.