O cantor e compositor Clerel já sabia o que queria fazer da vida desde pequeno. Nascido em Duala, Camarões, cresceu cercado por música, sejam os hinos de igreja, sejam os discos de afrobeat e chanson francês dos pais. Foi sob essas influências que o menino aprendeu a cantar para si mesmo suas canções favoritas. A partir de então, a paixão pela música só cresceu. Quando adolescente, Clerel se mudou com a família para os Estados Unidos, onde ele estudou química e aprendeu a tocar violão. Durante a faculdade, o rapaz mantinha seus colegas entretidos cantando suas canções favoritas da infância depois das aulas de laboratório.

Crescendo com o desenvolvimento da internet, Clerel aproveitou esses anos para aprender os ritmos populares da música norte-americana. No entanto, tudo mudou quando ele viajou para Memphis e descobriu Otis Redding, Isaac Hayes e outras pérolas do soul estadunidense. Enquanto estava longe de longe de casa e de suas referências originais, o jovem pode encontrar sua voz na soul music. Depois de formado na faculdade, o artista se mudou para Montreal, Canadá, e começou a cantar clássicos da Motown em bares de música ao vivo.

As canções originais de Clerel

Suas apresentações passaram a juntar fãs pela região, mas, com o tempo, os covers passaram a não ser o bastante para ele. Foi quando decidiu começar a escrever material original e publicou sua primeira canção autoral no YouTube. Enfim, ano passado, lançou em parceria com o produtor Nipo-canadense Kento Kataoka seu primeiro EP. Songs from Under a Guava Tree tem cinco canções originais baseadas em suas influências no soul, jazz e country, entre outros. De lá pra cá, Clerel se apresentou no festival Pop Montreal, fez uma breve turnê pela Europa e cantou no The Voice Canada. Mais cedo esse ano, participou do Festival International de Jazz de Montréal 2020.

Enquanto vê os bons frutos do talento florescendo, Clerel sabe que ainda tem muito a oferecer. Sua forma cativante e suave de cantar, suas letras intimistas e identificáveis e seu carisma brilhante seguem abrindo portas. Mas se depender dele, sem problemas. Afinal, já está acostumado a atravessar oceanos.