Há pouco de convencional na criação de Tides, novo disco de Diego Philips e sua banda. Primeiramente, o álbum tem dez faixas que na verdade tratam-se de sete músicas – três das peças são interlúdios bem experimentais. Em segundo lugar, a banda gravou o disco em uma cabana em Newhaven, East Sussex, cidade portuária na Inglaterra. E, finalmente, o disco mostra inspirações de diversos gêneros musicais e foi produzido de forma cem por cento independente.

Diego Philips é um cantor, compositor e guitarrista belga que se mudou para Londres para estudar e criar uma carreira na música. Ele formou sua banda, os Pretty Boys, em 2015, enquanto ainda estudava na British and Irish Modern Music Institute. O grupo originalmente contava com três integrantes, mas hoje são seis cabeças de diferentes origens enriquecendo o som da banda. Juntos, já tocaram em casas clássicas como a the Troubadour e a the Half Moon, entre outras.

Explorando estilos

Por serem um grupo independente, Diego e sua banda aproveitam a liberdade de sustentar um estilo autêntico e uma visão própria ao máximo. O grupo não se preocupa em manter um gênero determinado, contando com referências que vão desde Earth Wind & Fire até Tame Impala. O fio condutor da experiência são as composições de Diego, que escreve canções sensíveis e cujo estilo lembra autores como Devendra Banhart e Damien Rice. Enquanto o som atravessa um leque de estilos, as músicas também atravessam um leque de temas humanos. Caminhando como indie folk desde o psicodélico até o blues, Diego descreve romances, decepções, sentimentos de crescimento pessoal e pertencimento.

Em Tides, Philips entrega uma performance vocal crua, honesta e direta. Tudo embalado por uma banda tecnicamente rica e sem medo de experimentação. Como resultado, temos uma obra orgânica e profundamente emotiva. Do estilo pop dos Beatles em Smile até a odisseia da guitarra que vem rasgando em A Song, Tides forma uma jornada. Portanto, ressoa com a diversidade da experiência dos sentimentos humanos.