A Duda Beat, pra mim, é um dos nomes mais relevantes da música pop brasileira. Não só por fazer um show honesto do gênero, sem malabarismos desnecessários, mas por ter também letras maduras da vibe “triste com tesão” e – o maior trunfo – receber o que é feito no mercado internacional, processar, e devolver dentro de uma roupagem que abraça diversos estilos musicais do Brasil e, principalmente, do Nordeste.

O Circo Voador lotou para ver a artista pernambucana. Com uma abertura de portões e começo do show de pontualidade inglesa, o show da recifense tinha uma passarela que permitia ela entrar mais a fundo na plateia. Algo que eu nunca vi no Circo Voador (que está começando a ficar pequeno pra ela) e que fez muito bem à apresentação, fazendo aquecer a noite de outono do Rio de Janeiro.

A artista deu foco total em seu álbum “Tara e Tal”, lançado em Abril deste ano. As ótimas “DRAMA”, “DESAPAiXONAR” e “BABY” foram ótimos pontos das 10 músicas de 12 do álbum que foram tocadas. O registro, que mistura diversos gêneros da música eletrônica com ritmos brasileiros como funk e brega teve uma ótima recepção ao vivo e algumas já são indispensáveis no show da artista.

E claro que também teve espaço para músicas mais antigas e clássicas como a ótima “Tangerina” onde Duda Beat destila suas capacidades vocais  e a incrível “Meu Pisêro”, que foi cantada a plenos pulmões pelo Circo. A artista está acompanhada de uma banda em sua apresentação, e isso abrilhantou ainda mais músicas onde mais instrumentos são tocados como na pegada Rock N’ Roll, quase Heavy Metal, de “NIGHT MARé” e em “Todo Carinho”.

Em seu pop com gosto de Nordeste, Duda lança mais um álbum ótimo, faz um show de pop honesto e gostoso, que toda pessoa que gosta de música boa e principalmente, de música brasileira, deveria ver algum dia.