Em sua segunda passagem pelo Rio de Janeiro, oito anos após a primeira, o grupo sueco Evergrey retorna triunfante após o lançamento do álbum “The Atlantic”. De lá pra cá, foram três álbuns de inéditas (contando com este) e o retorno de membros antigos, que fincaram o nome do Evergrey como uma das bandas relevantes do gênero.

Evergrey se apresenta no Teatro Rival, no Rio de Janeiro

Larissa Fernandes | ZIMEL

Sem nenhum tipo de banda de abertura e com atraso mínimo, o quinteto sueco subiu ao palco de um Teatro Rival que, se não estava exatamente cheio, também não estava entregue às moscas. Das 18 músicas do setlist, 10 eram dos três álbuns que foram lançados nesse intervalo de tempo que a banda não veio ao país, mostrando assim que o Evergrey se preocupou em mostrar seu material novo, sem esquecer totalmente seu passado. Das músicas novas, destacaram-se “King of Errors” (que encerrou o setlist), “Black Undertow” e a emotiva “All i Have”.

Evergrey se apresenta no Teatro Rival, no Rio de Janeiro

Larissa Fernandes | ZIMEL

Porém, foram nas velharias que os fãs perderam as estribeiras. Músicas como as inesperadas “As i Lie Here Bleeding” e “Monday Morning Apocalypse” agitaram os da beira do palco e as clássicas “i’m Sorry” e “Recreation Day”, do inapelável disco de mesmo nome, gastaram as cordas vocais dos fãs em geral, até a grata surpresa de uma versão acústica de “Words Mean Nothing”, do jurássico “Solitude, Dominance, Tragedy”, de 1998, foi muito bem recebida.

Evergrey se apresenta no Teatro Rival, no Rio de Janeiro

Larissa Fernandes | ZIMEL

Inclusive, é nesses momentos, que é possível ver toda a qualidade vocal de Tom Englund. O pequeno rapaz de 45 anos tem uma voz inconfundível e um timbre que destoa do que é feito tradicionalmente no progressivo e no power, duas influências fortes do som do Evergrey. Toda a banda tem seu mérito pelo som que o Evergrey carrega, em músicas como “Weightless” e “Distance”, os solos com a marca registrada de Henrik Danhage são a cereja do bolo.

Evergrey se apresenta no Teatro Rival, no Rio de Janeiro

Larissa Fernandes | ZIMEL

Na volta do Bis a opressiva instrumental “When the Walls Go Down”, do estupendo “The Inner Circle”, que conceitualmente trata de temas como abuso infantil na religião. A seção ainda guardava a clássica “A Touch of Blessing”, com certeza a música mais conhecida do grupo (também do álbum de 2011) e de uma emotividade ímpar. Ao fim da apresentação de quase duas horas, a certeza de que o Evergrey abalou as estruturas do Teatro Rival e a vontade de mais apresentação dessa qualidade e magnitude no Rio de Janeiro.