O 25º Super Bock Super Rock terminou em grande estilo, na noite do dia 20 de julho. Mais focado nos estilos Hip Hop, R&B, Rap, Rock e House apresentações como as de Migos, Janelle Monáe, Disclosure, os portugueses ProfJam, Estraca, Mike El Nite os brasileiros do Baiana System deixam a lembrança de um festival eclético.

Quando falamos de música house feita na última década, não podemos deixar de lado os irmãos canadenses Howard e Guy Lawrence, responsáveis pela assinatura Disclosure.

Formado por um grupo de três amigos, Quavo, Takeoff e Offset, os Migos são um dos projetos mais interessantes do hip hop (e do trap) produzido hoje em todo o mundo.

Enquadrados na melhor tradição sulista de hip hop norte-americano e influenciados por nomes como Outkast e Hot Boys. Na última noite do festival, o trio animou o público com sucessos como “Hanna Montana”, “Supastars” e “Stir Fry” alguns dos temas mais fortes do álbum e hits à escala mundial – ou seja, canções que soaram bem familiares a todos os que marcaram presença frente ao Palco Super Bock.

No mesmo palco Janelle Monáe destilou o poder feminino e críticas ao apresentar as músicas de  “Dirty Computer” álbum de 2018 em que abandonou as projeções futuristas e concentrou-se na própria artista, mais exposta do que nunca. O público e a crítica ficaram rendidos a um som cada vez mais pop, sem nunca perder o arrojo que caracteriza todo o trabalho de Janelle Monáe. Desde as letras, passando pelas colaborações com nomes como Pharrell Williams, Brian Wilson ou Zoë Kravitz, e até aos vídeos que acompanham as canções, tudo é pensado ao pormenor. “PYNK”, com a participação de Grimes, “Make Me Feel” ou “Django Jane” são alguns dos destaques deste álbum e que conquistaram o público.

Os novos artistas também tiveram espaço e grande atenção como é o caso de Masego que logo no início do show cantou “Tadow” música em parceria com FKJ, outra atração do festival. Com uma mistura jamaicana, norte americana e nome que na África do Sul significa “benção”, ele é pura efervescência cultural e de criativa. A música de Masego é uma espécie de “TrapHouseJazz”, assim mesmo, tudo junto, com o próprio a define, e tem influência de nomes como Pharell, Michael Jackson, Jamie Fox, John P. Kee, Andre 3000 ou Cab Calloway. Apesar de se sentir muito à vontade quando busca inspiração em outrasdécadas, Masego é um artista do seu tempo, e, como tal, surgiu no YouTube e no Souncloud, combinando os melhores beats com o som do seu saxofone, e uma voz cheia de alma.Seu álbum de estreia, editado em 2018, chama-se “Lady Lady”, concentra-se na figura da mulher e de todos os seus encantos, e confirma as melhores expectativas em relação a Masego, revelando um artista sofisticado, eclético. No Palco EDP conduziu o público por uma viagem musical inesquecível, cheia de jazz e de charme.

A cena cultural portuguesa também esteve presente no Festival no show de ProfJam que ocupou o palco principal e divide opiniões na cena do Hip Hop tuga, de Estraca e companhia, no Palco LG. O rapper de Lumiar, bairro lisboeta, lançou o álbum homônimo em 2018,vem colhendo bênçãos desde “Espíritos”, música mais recente apresentada. Entre graffiti feito ao vivo, B-boys, writer, MC e DJ, o artista reuniu os quatro elementos do Hip Hop arrecadando novos fãs ao entoar refrões que animavam a plateia.

No Palco Somersby, Mike El Nite abriu o show misturando Fado, ritmo português reconhecido internacionalmente pela voz de Amália, ao rap. Com um belo jogo de luzes e trocas de figurinos o artista deixou a sua marca.

Logo a seguir e para encerrar o festival com muita energia os brasileiros do Baiana System botaram o brasileiros e portugueses para dançar e gastar as últimas energias.

Foram três dias de música em um ambiente descontraído e junto à praia do Meco, a minutos de distância a pé da Lagoa de Albufeira, em Portugal.

 

Por Amina Bawa

Fotos: Hugo Valério