Pode-se dizer que o tempo do Folk Metal já passou, mas isso era uma inverdade na noite do dia vinte e seis de novembro no Agyto (nome diferente do saudoso Teatro Odisseia). Os finlandeses do Korpiklaani ainda carregam uma quantidade significativa de pessoas para o show em terras cariocas.
E estavam muito bem acompanhados, diga-se de passagem: as bandas de abertura Pagan Throne e Tailten deram conta do recado. Cada um em sua abordagem (a primeira mais extrema, e a segunda, acústica), abriram espaço e estrada para que os nossos tiozões pinguços pudessem subir ao palco com o público já quente.
E eles arranjaram um jeito de nos esquentar mais ainda. A trinca “Wooden Pints”, “Happy Little Boozer” e “Journey Man” colocou a energia lá no alto. A banda veio ao Brasil para comemorar os vinte anos de carreira e resgatar músicas do começo dela logo no início da apresentação fez muito bem ao espetáculo.
O Korpiklaani faz um folk metal clássico. Fincado nas raízes de seu país (Finlândia), com letras e temas que remetem à cultura e aos hábitos do lugar. Musicalmente, é uma mistura de thrash metal dos mais rápidos com acordeões, violões e violinos. Dito isto, o palco do Agyto fica literalmente pequeno pra banda. Não que isso seja um problema! O calor humano passa para a plateia, que começou tímida mas logo abriu rodas em músicas como “Metsämies” (do antigo “Korven Kuningas”) e “Pilli on pajusta tehty” (do recente “Noita”).
Sendo bem fiéis ao seu som, os álbuns novos, claro, também foram contemplados. A banda passou por poucas mudanças durante estes vinte anos e os registros recentes, se não têm o mesmo ímpeto dos de antigamente, ganham nas questões melódicas e são um respiro na apresentação. As ótimas “Sanaton Maa” e “Ievan Polkka” são ótimos exemplos disso.
Não poderia faltar a música que homenageia a América Latina. “Tequila” é uma das queridas e é parte de uma série de canções que são voltadas pra bebedeira. “Vodka” e “Beer Beer” também fazem parte dessa saga e compõem, junto com a primeira, a parte final do show. Uma noite pra ressaca nenhuma botar defeito na festa, que foi regada, entre muitas coisas, a alegria.
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