Living Colour e Brasil são um casamento especial. O país tem uma base de fãs muito sólida e dessa vez não foi diferente: o Sacadura 154 estava cheio para mais uma apresentação dos nova iorquinos. Nesta passagem, o Living Colour firmou quatro shows no país. Rio, São Paulo, BH e Brasília, sendo o Rio de Janeiro o primeiro show da turnê.
Os shows no Rio de Janeiro tem começado na hora estipulada e isso é uma mudança muito importante no comportamento dos eventos. Antigamente, os shows atrasavam sem explicação, contribuindo para a fama dos cariocas de atrasildos (“tô chegando”, mas na verdade nem entrei no banho ainda). Um evento numa quinta-feira, com começo para 21h, é importante que não haja atrasos. Ponto para o evento e para a cidade que tanto amo.
“The Imperial March” é o esquenta para o desfile de virtuosidade do Living Colour. Falo a palavra “virtuosidade” com a melhor das intenções, pois em momento nenhum a banda parece despejar exibicionismo gratuito ou barato. Músicas como “Never Satisfied” e “Open Letter (To a Landlord” deixam espaço para todos os músicos mostrarem seus dotes, sem parecer uma competição.
E que maravilha um show com plateia mais sênior. O que isso significa? Menos celulares para o alto. É incrível como o salto geracional evidencia coisas como essa. Como diria Elis, o novo sempre vem, mas tem coisas que antes, de fato, eram melhores. Isso, é claro, é minha opinião. Você pode pensar diferente. Mas ver músicas como “Ignorance is Bliss” e “Glamour Boys” sem precisar ter que ficar se esquivando de telas de plástico é ótimo.
O fim do show é levado com a trinca “Time’s Up”, “Cult of Personality” e Type”. Um final elegante para uma banda elegante.
O Rio de Janeiro agradece e pede por mais em breve!
Living Colour, 10 de outubro de 2025
Sacadura 154, Rio de Janeiro, Brasil
Fotos de Lucas Tavares
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