Uma das marcas de guitarras mais tradicionais do mundo, a Gibson pode ser forçada a fechar as portas por problemas financeiros, à medida que a indústria luta para lidar com o crescente desinteresse pelo rock.

Fabricante favorita de lendas como B.B. King, Slash, Santana e Bob Marley, a Gibson está lutando com prazos de pagamentos de dívidas e a recente saída de seu diretor financeiro após menos de um ano no cargo.

De acordo com um relatório recente publicado no jornal “Nashville Post”, a Gibson Guitars precisa quitar um reembolso de dívida no valor de US$ 375 milhões em até seis meses. Além do valor, ainda há empréstimos bancários que totalizam US$ 145 milhões a serem pagos caso a dívida principal não seja paga até o dia 23 de julho.

Bill Lawrence, diretor financeiro da empresa, pediu demissão após cerca de seis meses na função e, segundo o jornal, a perspectiva de um novo refinanciamento da dívida é, no momento, improvável.

Na semana passada, a Gibson divulgou um comunicado em que garantia ter cumprido todas as obrigações e que estava no processo de conseguir uma nova linha de crédito para substituir a atual dívida. A empresa estaria trabalhando em parceria com o banco de investimentos Jefferies.

Atual presidente da Gibson, Henry Juszkiewicz afirmou no comunicado que a empresa está “agilizando seu foco e tentando se concentrar em segmentos de produtos que são lucrativos, enquanto se afastam daqueles que têm pouca perspectiva futura”.

Fábricas de guitarras, especialmente as elétricas, vêm passando por um período difícil nos últimos anos, atingidas por uma diminuição dramática na procura de tais instrumentos. A Fender, grande concorrente da Gibson, precisou desistir de vender suas ações no mercado de valores em 2012. Para os investidores, a empresa era superestimada.

No Brasil, de acordo com dados da Associação Nacional da Indústria da Música (Anafima), publicados pela “CBN“, houve uma queda de 78% na comparação entre os números de importações de 2012 com os de 2017.