O retorno do Rock in Rio Brasil 2022 foi em grande estilo. Em sua primeira edição pós pandemia, o público compareceu em peso no primeiro dia, esgotando todos os ingressos, como de praxe. O Metal, estilo imprescindível em Rock in Rio que se preze, deu as caras e levou uma legião de fãs fervorosos aos palcos no Parque Olímpico.
Enchendo o festival logo cedo, os fãs puderam curtir os shows ótimos do Black Pantera e Metal Allegiance no palco Sunset antes que o crepúsculo trouxessem atrações esperadas na noite. O Sepultura, figurinha carimbada no festival, mas nunca esgotada, trouxe um show vibrante com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Músicas do último álbum Quadra como “Agony of Defeat” deram as caras, assim como as clássicas “Roots Bloody Roots” e “Refuse/Resist”. Além disso, a surpresa ficou para versões de músicas orquestradas como “Riot at the Rite” (Igor Stravinsky) e “Largo Winter” (Antonio Vivaldi).
Nos palcos alternativos, as bandas Gangrena Gasosa (Palco Favela) e Surra (Supernova) foram destaque. A primeira, de Santos, deu literalmente uma Surra de um Thrash/Crossover muito bem tocado. O vocalista Leo Mesquita fala antes de “Parabéns aos Envolvidos”, destaque do show: “Muito obrigado por ficarem até agora conosco, vocês devem ter algum problema”. Parabéns aos envolvidos!
Já no Palco Favela, o Gangrena Gasosa evocou seu “Saravá Metal” e deu uma surra (com perdão da palavra) no público. A banda se apresenta como entidades de religiões de matrizes africanas (mas sem desrespeito) e destila um thrash metal com percussões bem marcadas. Músicas como “Se Deus é 10, Satanás é 666” e “Surf Iemanjá” trazem humor e uma crítica ácida ao conservadorismo. Ao fim do show, o vocalista Omulu sobe aos céus no meio da favela, visão emblemática que se encerra com a frase “Favela é Macumba”, proferida pelo mesmo vocalista.
No Palco Mundo, os franceses do Gojira retornam em sua segunda passagem pelo festival. Apesar de um público morno, a banda destila criatividade e frescor para ouvidos atentos. Com letras sobre preservação ambiental, espiritualidade e críticas ao modelo sistêmico mundial, a banda fez o Palco Mundo tremer. Músicas como “Flying Whales”, “Backbone” e “Amazonia”, que versa sobre a preservação da Floresta que ocupa quase 60% do território brasileiro.
No palco Sunset, as ótimas apresentações de Bullet For My Valentine e Living Colour não deixaram devendo, em nada, para o palco vizinho. O primeiro, com seu Metalcore moderno e agressivo, emendou uma porrada atrás da outra. Músicas como “Tears Don’t Fall”, “Screaming Aim Fire” e “Waking the Demon” abriram as “rodas” no público. Em seguida, o Living Coluor trouxe seu rock progressivo ancião aos palcos do Rock in Rio. O show teve protestos para a deputada assassinada Marielle Franco na música “Desperate People” e ainda contou com a presença ilustre de Steve Vai em músicas como “Cult of Personality” e o cover de Rock and Roll (Led Zeppelin).
Os dois últimos shows tiveram a ordem trocada: Iron Maiden e Dream Theater, respectivamente, se apresentaram para uma Cidade do Rock abarrotada. O primeiro não esqueceu seus clássicos como “Fear of the Dark”, “The Trooper” e “Iron Maiden”, mas também fez questão de divulgar músicas do novo trabalho, “Senjutsu”, como a faixa-título e “Stratego”. Show da Donzela de Ferro não tem erro, é Bruce Dickinson em estado de graça, a presença do mascote Eddie em partes do show e certeza de um público devoto.
Dream Theater encerra o festival na primeira noite com uma Cidade do Rock já esvaziando. Em um show pequeno para os padrões da banda, os estadunidenses bastiões do Metal Progressivo tentaram dar uma passeada pela sua vasta discografia com músicas como “The Count of Tuscany” e “6:00”, mas sem esquecer trabalhos mais novos como “The Alien”, fechando assim a primeira noite do evento.
O Metal, apesar de ser um dia diferente das outras noites de evento, é imprescindível para a saúde da diversidade no Rock in Rio Brasil 2022. Guarda um público extremamente diverso, apaixonado e apaixonante. O que nos reserva a próxima edição em sua noite mais pesada?
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