Portas em automático: o sexteto inglês Iron Maiden foi confirmado nesta quinta-feira como primeiro headliner do Rock in Rio 2019, marcado para o último fim de semana de setembro e o primeiro de outubro, em sete noites, no Parque Olímpico. Depois de uma edição sem uma noite dedicada ao heavy metal — tradição do festival desde sua estreia, em 1985 —, o gênero é o primeiro a carimbar o passaporte, com Maiden, Scorpions (ambos veteranos de 1985, sendo que os alemães jamais voltaram ao evento), Megadeth (cuja primeira vinda ao Brasil foi justamente no Rock in Rio, em 1991) e o onipresente Sepultura. O quarteto faz a programação do Palco Mundo no dia 4 de outubro.

Depois do sucesso da turnê que promovia o disco “The book of souls” (2015), o grupo inglês voltou para a estrada neste ano com o show “Legacy of the beast”, que reúne músicas sobre guerra, religião e inferno, com uma produção cênica inédita — mesmo para quem sempre curtiu uma boa presepada —, segundo o cantor Bruce Dickinson.

— A turnê está absolutamente brilhante, é o melhor show que já fizemos — diz Bruce, que nunca foi exatamente caracterizado pela modéstia. — Acho que conseguimos reunir exatamente as quantidades certas de teatro e rock’n’roll. Fizemos uns 40 shows pela Europa, e eu ficaria na estrada por mais dois meses, fácil.

“Legacy of the beast” (a “besta” em questão, o Canhoto, Cramulhão ou Coisa Ruim, vem do disco clássico “The number of the beast”, de 1982, que ajudou a estabelecer a banda como um sucesso mundial) também é o nome do game e de uma história em quadrinhos da banda, ambos protagonizados pelo boneco-monstro Eddie.

— Foi depois da turnê “Brave new world”, em 2001 ou 2002, que tivemos a ideia de intercalar os shows dos discos com outros temáticos, baseados no nosso catálogo — conta Bruce, de 60 anos, que lançou em 2017 sua autobiografia, “Para que serve este botão?”. — Só tivemos que parar por um ano antes do lançamento de “The book of souls” porque eu fiquei doente (ele teve câncer na língua e na garganta). Mas sabe que foi bom? Tivemos mais tempo para pensar no show. Acho que isso ajudou no sucesso da turnê e do disco.

A turnê “Legacy of the beast” deve voltar à estrada nos próximos meses. Enquanto isso, Bruce descansa, “tomando café e vendo TV aberta”, em suas próprias palavras, e o chefão Steve Harris, baixista e principal compositor do Maiden, cai na estrada com seu projeto solo, British Lion, que aparece no Circo Voador no dia 9 de novembro.

— Nunca esqueceremos aquela multidão no Rock in Rio de 1985 — diz Bruce. — Foi o início do nosso caso de amor com o Brasil.

Outra banda que estreou no país naquele festival está confirmada para a noite monolítica ora anunciada (espera-se que o festival organize pelo menos mais uma). Aos 70 anos, Klaus Meine, vocalista dos Scorpions, exulta com a volta ao Rock in Rio depois de tanto tempo: