Para um bloco que une o rock inglês às marchinhas brasileiras, não se poderia esperar nada menos: o tradicional do Sargento Pimenta, que dá vida às canções dos Beatles em ritmos carnavalescos, pregou a diversidade durante seu show no Aterro do Flamengo.

A banda mostrou que não estava brincando. O show, que começou às 11h, com uma hora de atraso, trouxe diversidade musical, com marcinhas, samba e até forró.

— A música é capaz de unir as pessoas. Vamos nos respeitar e respeitar a diversidade — disse ao microfone uma das integrantes da banda.

Fora do palco, mulheres do bloco também mostraram que carnaval pode ser lugar de papo sério. Vestindo blusas com os dizeres “Girl Power”, as estudantes Miriã Borges e Ana Luíza, ambas de 16 anos, defendem a importância de atitudes como estas:

— O carnaval não é só brincadeira. É uma oportunidade de passar uma mensagem — diz Miriã.

Entre o o público, estimado em 70 mil pessoas, pela Polícia Militar (PM), unicórnios e malevólas são minoria. As camisas estampando a logo da banda britânica e os óculos à lá John Lennon ditam o tom, deixando a festa com cara de Beatles “gliterizado”.

No bloco, as crianças marcam presença, mas a maior atração é Raúl Garcia: o Beatlemaníaco de apenas 2 anos foi convidado pela organização e subiu no palco para cantar junto à banda.

— Ele ama Beatles. O filme Yellow Submarine foi seu primeiro desenho e ele já acorda cantando as músicas. Sabe a discografia inteira — disse a professora universitária de Pedagogia Anelise Nascimento, mãe do menino.

Sargento Pimenta 2018 © Taty Larrubia / Zimel

Mais cedo, em meio à concentração, o público ainda era reduzido, o que não foi um problema para aqueles que preferem menos confusão.

— Acompanho o bloco desde o primeiro, em Botafogo. Costumava estar bem mais cheio. Prefiro assim, mais tranquilo — conta a psicóloga Jacqueline Rodrigues.