Assim como o escocês Rod Stewart, o inglês Seal é uma eficiente voz com sabor soul, sem abusos, calcada no romantismo e perfeita para as FMs — o que ficou mais evidente no show de encerramento de sexta no Palco Sunset . Sob leve chuva, sem muitos artifícios de cena e só com um trio a acompanhá-lo, ele começou animado com a música “All I know is now”.

Mas quando o aguaceiro aumentou , Seal sacou da manga a sua outra grande qualidade: a de entertainer: desceu do palco e foi cantar com o público o primeiro sucesso de sua carreira, “Killer”. Cercado por fotógrafos, ele fez a festa da primeira fileira. E depois, de volta ao palco, retomou sua programação habitual com a balada “Person in the mirror”.

Com um “obrigado” na ponta da língua e eventualmente um violão de canhoto em punho, o gigante Seal conjugou amor e uma certa espiritualidade em canções como “Love’s divine” e “Future love paradise”, uma das que fez em dueto com a brasileira Xênia França. Um groove sem pimenta uniu os dois também em “Higher ground”, de Stevie Wonder, momento em que o show mais se ressentiu da falta de entusiasmo na execução da banda.

Mas hits são hits, e com dois deles Seal voltou a esquentar a noite. A boa comunicação com o público favoreceu o cantor em “Kiss from a rose” e “Crazy”, na qual ele voltou a fazer o seu mergulho na galera, que o aguardava, em capas de chuva, com celulares a postos para as fotos. O final teria sido antológico, com uma versão roqueira e bem decente de “Rebel rebel”, de David Bowie — caso o som não tivesse sido cortado, no meio da música, para a entrada de Ellie Goulding no palco Mundo . Mas, em devoção ao artista que tanto de si lhe dera, o público fez bonito cantando a música por Seal. Comovente.