O mês de novembro teve um gosto especial em capitais como Manaus, Belém e a Bahia, que realizaram respectivamente o NEMA, Serasgum e MIMO, festivais que trazem para o Norte e Nordeste shows de grandes bandas do cenário brasileiro além de debates, empreeendedorismo, gastronomia local e muito mais.
Na capital amazonense foram mais de 13 mil pagantes nos três dias de NEMA. Os shows aconteceram na parte externa da Arena da Amazônia, bandas como Mombojó, Francisco El Hombre, O Ventre, Kilotones e Capela fizeram parte do line-up, dividindo o palco com nomes da música local como Alaídenegão, Luneta Mágica, Márcia Novo, Os Tucumanos, Casa de Caba, Mezatrio e até mesmo o irreverente e icônico brega de Wanderley Andrade.
Com uma programação plural, o NEMA levou também stands com produtos criativos, gastronomia regional ocupando a Arena da Amazônia, nossa herança da copa, que se utiliza de eventos desse porte para não cair na ociosidade.
Realizado pela Equador Petróleo, durante os dias 17, 18 e 19 de novembro também foram oferecidos debates sobre música e negócios, questões energéticas e sustentabilidade.
A banda pernambucana Mombojó se apresentou pela segunda vez em Manaus, o baixista, Missionário José, subiu ao palco com uma camisa estampada com a mensagem “Diretas Jah”, em entrevista à Zimel declarou: “vivemos um momento delicado, dos mais otimistas aos mais pessimistas, ninguém tá tranquilo. Temos estar atentos e atuantes (…) é uma doidera tocar nesse lugar, você fica olhando esse negocio gigante (risos) e é bacana participar disso, ver que o local tá sendo usado pra população”.
O retorno após seis anos sem tocar no Amazonas deixou os fãs locais eufóricos, a banda aproveitou o tempo na cidade pra jogar bola com alguns deles. “Vi pra cá é uma grande logistica, festival naturalmente tem esse clima de reunir várias energias, artistas envolvidos. não imaginava que ia chegar e ver tanta gente cantando, é sinal de que a gente tem que trabalhar mais pra vir pro lado de cima do país”, disse o vocalista Felipe S.
A mistura de ritmos que compõe o som de Francisco, El Hombre também elevou os níveis de energia no palco da música do NEMA. Chamando o povo pra sentir o calor da rua, o show foi uma verdadeira troca de energia entre o público amazonense e o grupo.
Para a cantora Juliana Strassacapa, a voz do hino “Triste, Louca ou Má” o período tem sido de aprendizado. “Viemos de Belém do Pará pra cá e sentir esse carinho, o cuidado da produção de uma maneira muito linda, as comidas estão sendo absurdas” contou Juliana.
O primeiro dia de festival foi marcado por dois nomes expressivos no cenário musical manauara: Luneta Mágica e Alaídenegão, a primeira coleciona sucesso de crítica pelo país, conseguindo inclusive espaço no próximo Lollapalooza. A segunda, é sucesso de público há anos no cenário alternativo da cidade e trouxe o clima macuxi para o primeiro dia de NEMA. As duas apresentações foram antecipadas pelo show de Márcia Novo, referência feminina no ativismo cultural da cidade.
Durante a programação seguiram-se shows como a Mezatrio, importante expoente na cena de rock da cidade. Casa de Caba também foi uma das bandas manauaras a se apresentar no NEMA e colocou o público da Arena no ritmo do banzeiro, balançando saia e batendo palmas.
Uma celebração com música, gastronomia e iniciativas de empreendedorismo lideradas por amazônidas oferecida numa das capitais mais populosas do Brasil. A vizinha, Belém, recebia no mesmo final de semana nomes como Emicida, Baiana System, Africa Bambaata e muito mais. No último mês, a energia na Amazônia esteve conectada a música.
17 a 19 de novembro de 2017
Arena Amazônia, Manaus (AM).
por Mariah Brandt
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