Nomes de resistência do rock de arena, as bandas americanas Foo Fighters e Queens of the Stone Age voltam hoje ao Rio, três anos após suas últimas passagens por aqui, quando receberam cotação máxima dos críticos do GLOBO — a primeira para show no mesmo Maracanã e a segunda como atração do Rock in Rio 2015. Além das elogiadas visitas recentes ao país e as mais de duas décadas de estrada, Foo Fighters e QOTSA chegam com outro ponto em comum: ambas lançaram novos discos no segundo semestre de 2017.

Liderados pelo sempre comunicativo e elétrico Dave Grohl, os Foo Fighters trazem o repertório de “Concrete and gold”, álbum que chegou às lojas e plataformas digitais em setembro. Não foi, de longe, o de melhor recepção por parte da crítica, mas, pelo menos nas grandes premiações, a banda mostra ainda estar muito bem cotada: venceu o Grammy de melhor canção de rock por “Run”, enquanto no Brit Awards, realizado na última quarta-feira, saiu laureada como melhor banda internacional

“Concrete and gold” teve participações de Justin Timberlake e Paul McCartney (tocando bateria!) e foi produzido por Greg Kurstin, conhecido por seus trabalhos com a cantora Sia e por ter composto o megahit “Hello” com Adele. Grohl queria que Kurstin levasse seu talento e sua visão mais pop para arranjos e harmonias do disco — com uma independência raramente vista em trabalhos dos Foo Fighters.

— Acho que é o nosso álbum mais psicodélico, e o mais estranho — resumiu o baterista Taylor Hawkins em entrevista à “Rolling Stone”, que definiu a banda como “o maior grupo de rock americano dos últimos 20 anos”.

No repertório da atual turnê, que já conta com 42 apresentações, os Foo Fighters costumam tocar 23 músicas — mesmo número que apresentaram na última passagem pelo Maracanã, quando fizeram um show de duas horas e meia. Delas, apenas três ou quatro são de “Concrete and gold”. O restante é preenchido por hits como “All my life”, “The pretender”, “Best of you” e “Everlong”, além dos já tradicionais covers que tanto divertem os músicos no palco — “Under pressure”, do Queen, e “Under my wheels”, de Alice Cooper, são os mais repetidos.

O Queens of the Stone Age, por sua vez, vive um momento curioso. “Villains” teve ótima recepção dos críticos — “Josh Homme e sua banda embaralham referências diversas, com ambição de Led Zeppelin”, cravou Silvio Essinger, crítico musical do GLOBO, ao ressaltar o “resultado empolgante” alcançado pela banda — e dos fãs. Ainda assim, seis meses após o lançamento do disco, a imagem pública do QOTSA está abalada. Isso porque, no começo de dezembro, o vocalista e guitarrista Homme chutou a câmera da fotógrafa Chelsea Lauren durante apresentação da banda em Los Angeles. O instrumento de trabalho atingiu o rosto da profissional, que precisou passar a noite no hospital.

— Não tenho desculpas ou razão para justificar o que fiz. Fui um completo idiota. Cometi vários erros na minha vida e esse foi definitivamente um deles — lamentou Homme em vídeo publicado no Facebook da banda. O músico, de 44 anos, alegou ainda que “estava imerso na performance” e não teria visto Chelsea.

Após o episódio, o QOTSA cancelou diversas ações de divulgação de “Villains” — incluindo a participação no “The Ellen show”, programa de Ellen DeGeneres — e só voltou aos palcos no fim de janeiro.

© Distribuído por Agência O Globo, Noticiário em Tempo Real. Texto de Luccas Oliveira