Ufa! Que ano foi esse hein? Rápido como um raio e intenso como um trovão. Na música, confesso que ouvi menos coisa do que gostaria, mas mesmo assim, consegui escolher dez ótimos registros que me marcaram de diferentes formas. Bora lá?

10 | Sleep Token – Take me Back to Eden

A banda de Metal que está abalando as estruturas do estilo lançou um ótimo álbum este ano. Com muito mistério envolvendo os membros, teatralidade escorrendo pelos dedos e uma mistura perfeita de produção, estilo e estética, os britânicos lançaram um álbum moderno e comercial, mas sem deixar o peso de lado. Destaque para a ótima “The Summoning“, que mistura refrões grudentos, breakdowns opressores e passagens distintas.

9 | Voyager – Fearless in Love

Se reinventando a cada registro, o grupo australiano Voyager entra de cabeça nas referências oitentistas do synthpop, sem deixar o metal progressivo característico do grupo de fora da bagunça. O álbum é grandioso, bem produzido e conta com a ótima “Ultraviolet“, com a participação do vocalista Sean Harmanis, da banda Make them Suffer.

8 | Graphic Nature – A Mind Waiting to Die

Sujo, opressivo e agressivo. O último registro da Graphic Nature evoca uma áurea pessimista e transforma ela em música, não sem incluir muitos gritos, ambiências sinistras e violência em suas músicas. Alternando o metal moderno e alternativo com muitos sons industriais e passagens verdadeiramente furiosas como em “Into the Dark” ou “Killing Floor” (o final dessa música é muito brutal!), o grupo britânico fez de seu primeiro álbum uma ótima revelação no cenário.

7 | Major RD – Ascensão do Cisne Negro

Diretamente do Rio de Janeiro, Major RD lança mais um ótimo álbum pela sua gravadora Rock Danger ao lado de um time estrelado. Direto ao ponto e se utilizando de algumas músicas lançadas anteriormente em roupagens diferentes para chamar a atenção do público (como “Bonde da Rock” numa versão com L7NNON,), o rapper fala sobre os efeitos da fama sem jamais esquecer seu jeito rascante e seco de fazer rap/trap. A ótima “Show Lotado“, ao lado de Slipmami, é um dos destaques do álbum.

6 | The Ocean – Holocene

Em seu décimo primeiro registro de estúdio, o The Ocean Collective ainda consegue nos surpreender. Trazendo uma abordagem mais intimista, sinfônica e particular, o álbum surpreende por uma abordagem mais sóbria e madura do intrincado som que a banda faz, misturando metal progressivo e passagens extremamente atmosféricas. Ouça “Sea of Reeds” e comprove.

5 | Nasty – Heartbreak Criminals

A palavra é hardcore. O grupo belga estreia na gravadora Century Media com um álbum direto e ríspido. Fazendo seu beatdown hardcore seguindo o que precisa ser feito à risca, o álbum mostra momentos mais comerciais como na faixa-título, mas despeja peso e violência com uma produção digna de uma boa gravadora de música pesada. Ouça “Ressurrection“, uma das melhores músicas do ano, e cuidado pra não quebrar tudo dentro da sua casa.

4 | The Acacia Strain – Step Into The Light & Failure Will Follow

Aqui eu dei uma roubadinha, confesso. Coloquei dois álbuns do The Acacia Strain juntos por se tratar de um mesmo projeto. Enquanto o primeiro, “Step Into the Light” traz uma roupagem mais tradicional do Deathcore com Sludge da banda, o segundo álbum vibra em uma frequência muito mais baixa, com músicas muito longas (ultrapassando os dez minutos) e se preocupando em arrastar o som da banda para dentro de raias como Funeral Doom e Sludge propriamente dito. Invertem a lógica sem terem a lógica invertida. Ouça “Calf’s Blood” e “Pillar of Salt” e comprove.

3| Svalbard – The Weight of the Mask

Em sua estreia na gravadora Nuclear Blast, os canadenses do Svalbard elevam a régua da sua discografia. Apostando na mescla hardcore com black metal, o grupo insere mais passagens intimistas e atmosféricas em seu som, se aproximando de referências do post-black metal do começo dos anos 2000, como Alcest e Woods of Desolation. O ótimo clipe de “Eternal Spirits” dá o tom do projeto (e é como um clipe desse tipo de som deve ser: caótico, inquieto e sem firulas) e contrastam positivamente com a ótima “How to Swim Down” (dei uma choradinha nesse aqui).

2 | Ahab – The Coral Tombs

Os alemães do Ahab continuam a sua odisseia no fundo do mar com o opressivo “The Coral Tombs”. Desta vez, contando as histórias de Julio Verne e suas “Vinte Mil Léguas Submarinas”, o grupo nos leva pra mais uma viagem por seu som lento, melancólico e emocionante. Não é um álbum fácil. Com uma produção suja e baixa, aparentando estar realmente embaixo d’água, você será levado ao fundo com “Prof. Arronax’ Descent into the Vast Oceans” e voltará a emergir somente no começo de “Ægri Somnia” para um respiro, para ser dragado com “The Mælstrom” para o fundo do mar. Obrigatório.

1 | Sylosis – A Sign of Things to Come

Talvez o último registro do Sylosis nem seja o melhor da carreira, mas definitivamente eles mostraram mais uma vez a consistência de seu som. Com seu thrash metal moderno e sem medo de beber de influências da nova geração, eles mostram amadurecimento na fórmula, trazendo um álbum menos maleável que seus outros, mas definitivamente mais lapidado. Os ótimos riffs estão lá, e os momentos atmosféricos também, apesar de mais dosados e pontuais. Ouça “Descent” e tenha uma prévia do álbum mais consistente de 2023.

Esse foi o meu top do ano! E aí, colocaria algo? Tiraria algo! Comente! Feliz 2024! <3