DG Solaris é uma banda londrina que acaba de lançar seu disco de estreia, Spirit Glow. A banda é uma forma de projeto paralelo de Danny Green, já conhecido na cena underground local pelo trabalho na banda Laish. Para compor a Solaris, ele se une à esposa Leana – que aqui atende por LG (DG… LG… sacou?).

O que difere a DG Solaris é o foco um pouco mais distante do folk pop raiz e que experimenta com as vertentes mais psicodélicas do gênero. Apesar disso, opta por ainda dar destaque a instrumentos reais, em vez de tornar tudo um show de sintetizadores. O álbum tem “raízes” latino-americanas: A inspiração e a composição do disco surgiram durante a viagem de lua de mel do casal, em nosso vizinho Peru. Foram seis meses viajando pela Cordilheira dos Andes no país – que ilustram a capa divertida do trabalho. Enquanto os dois passeavam pelas montanhas e florestas peruanas, gravações dos sons ambientes e pequenas demos começavam a formar o Spirit Glow, cujo tema central trata do amor e da natureza.

"Spirit Glow", arte da capa. DG Solaris / Divulgação.

“Spirit Glow”, arte da capa. DG Solaris / Divulgação.

“Folk viajante”

Como resultado, o trabalho aposta em diferentes ritmos: Há um espírito mais psicodélico-caleidoscópico em canções como Total Understanding e Cosmic Sigh, músicas mais animadas com clima de viagem como Feeding a Feeling e Don’t Need to Tell You e até uma espécie de valsinha na faixa-título. Há uma influência perceptível da fase psicodélica dos Beatles por todo o disco, explícita especialmente em The Chocolate Milky River (Até no título. Vai me dizer que não soa como algo saído do Sgt. Peppers?).

Lançado em 19 de junho, o disco encontrou um mundo diferente no lançamento de quando foi produzido. “As coisas mudaram tanto desde que o criamos”, diz Danny Green, “mas espero que possamos providenciar algum conforto ao ouvinte”. Afinal de contas, o trabalho proporciona uma viagem de ritmos e temas, entre ventos e rios, entre a Lua e as estrelas, onde os instrumentais brilhantes conduzem e as duas vozes se alternam e harmonizam… Pintando um visual-sonoro que é suficiente para substituir vírus, gafanhotos, crises políticas e econômicas. Pelo menos por pouco mais de 50 minutos.

Para quem curte: Father John Misty, Iron & Wine, Fleet Foxes e The Flaming Lips.