Está entre nós! Como adiantado pela Zimel, Dolche lançou hoje seu novo álbum, Exotic Diorama. Com 14 faixas, o disco mostra a versatilidade da cantora, uma verdadeira jornada! Dolche, aliás, é uma jornada em si, pois molda-se no meio das mitologias ancestrais de sua terra e se encontra no mundo moderno.

Christine Hérin cresceu em um vilarejo no Vale de Aosta, região autônoma bilíngue (italiano e francês) no noroeste da Itália. Já durante a adolescência, aprendeu a cantar e tocar instrumentos como piano e guitarra de modo autodidata. Aos 22 anos, começou sua carreira musical, se apresentando em vários festivais e recebendo prêmios como do Strade del Cinema e do festival de Pádua. À época, adotou o nome artístico de Naïf Hérin. Mas os prêmios não pararam por aí e durante esse período, teve uma bem sucedida trajetória como artista local. Para ter uma ideia, ela chegou a lançar cinco discos e abrir o show de Lauryn Hill na Toscana!

No entanto, em 2019, chegou a hora de dar um novo passo na carreira. Para atravessar as fronteiras que já se abriam para ela, a cantora se reinventou para o público internacional. Mas no movimento de apresentar-se para o mundo, ela buscou inspirações em casa. A pessoa de Naïf Hérin deu lugar à personagem transcendente Dolche.

O nascimento de Dolche

A região do Vale de Aosta sustenta em suas cidades e vilarejos uma tradição ancestral. Durante o verão, os fazendeiros locais passam cem dias com seu gado nas altas pastagens dos Alpes. No final de setembro, retornam, trazendo suas vacas para as pastagens ao pé das montanhas. Contudo, o trajeto é pelo meio das cidades. Os animais desfilam pelas ruas principais das vilas em procissão, adornadas com flores, seus sinos ressoando por toda parte. Trata-se de La Désarpa, evento anual e milenar que coincide com o feriado de São Miguel Arcanjo.

Dolche carrega consigo essa tradição. Em sua cabeça, em clipes, fotos e apresentações ao vivo, está uma coroa de flores diferente – contendo um par de chifres em homenagem à Désarpa e suas rainhas, as vacas dos alpes, chamadas Reinas. Portanto, na posição de rainha de seu universo, a italiana desbrava o mundo, mas levando sempre suas origens nesse detalhe simbólico.

O Exótico Diorama

Grande parte de sua discografia até então era cantada em francês e italiano – suas línguas natais. Mas Dolche também se aventurou na língua inglesa e lançou um cover de Psycho Killer, dos Talking Heads. A cantora lançou um videoclipe para a elogiada versão, que conta com um verso em francês. Gravado em Nova Iorque, o vídeo já passou de 100 mil visualizações no YouTube. Trata-se da única faixa que não é de autoria da artista. Mas muitos de seus singles mais recentes também são em inglês, como o tecnológico Big Man e o intimista Criminal Love.

Essa mistura de canções, linguagens estilos e gêneros compõe o disco Exotic Diorama, primeiro da cantora sob o nome de Dolche. O título inspira-se nos dioramas do Museu Nacional de História Natural, de Nova Iorque. Enquanto ia à cidade trabalhar no disco, Dolche sempre visitava a exposição. As maquetes cênicas são feitas para mostrar diferentes situações de forma realista. Sejam paisagens distante ou de tempos passados, as obras servem como uma lente através da qual se vê aquela porção do mundo. Portanto, entre músicas do álbum, cada uma conta uma história completa, tendo sua própria ambientação, idioma e espaço no mundo criativo de Dolche.

Dolche pelo mundo inteiro

Diversidade que não está apenas no resultado, como também na produção. A gravação de Exotic Diorama aconteceu em Los Angeles, Nova Iorque, Visby, Beirute, Roma, Armênia. Além disso, tem colaboradores em Israel, na Polônia, além de Suécia, Estados Unidos, Líbano e Itália. É uma apresentação de mundo criativo que foi construída com pedaços do mundo natural. Em suma, essa diversidade exótica constrói a riqueza do trabalho.

Desde a gloriosa abertura experimental até o drama misterioso de Psycho Killer, passando pelo yodel libertador de Sunday Mood, Dolche revela sua arte. Então, fala sobre o coração, fala sobre a aceitação das diferenças, sobre o amor próprio e a fuga de situações de abuso. Além disso, discorre sobre encontrar a paz no meio de nosso modo de vida tão estressante e sobre ter fé nas pessoas. A artista não economizou na força de sua plataforma e usa suas palavras e seu talento para passar mensagens de um mundo melhor. Por fim, o encerramento Universal Gloria dá o tom, com o triunfo e a celebração do amor por todo o mundo. Triunfo de tentar ser melhor hoje do que se foi ontem. Triunfo de espalhar a gentileza com palavras e sons que emocionam e inspiram.

Finalmente, o triunfo de dar à luz em breve, sua primeira cria que espera com a esposa Chiara. Criança para quem Dolche luta por um mundo melhor que o de hoje. Luta visualizando e compartilhando seu exótico diorama, de um planeta menos violento, menos machista, menos LGBTQfóbico, mais igual. Afinal, se não disso, de que se trata o sucesso da espécie?

Exotic Diorama, de Dolche, está disponível em todas as plataformas digitais.