Construir coletivamente um show-experiência, em que a música será atravessada pela imagem e vice-versa, usando recursos poéticos e tecnológicos e oferecendo janelas por onde essa construção possa ser vislumbrada pela audiência, deixando-a penetrar em um território da instabilidade e das surpresas que um processo criativo possui. Assim o co-idealizador Pedro Luís define o MACRO, pensado em parceria com o artista visual Batman Zavareze e realizado pela Baluarte Cultura, com as participações dos artistas Ney Matogrosso, Bianca Ramoneda, Jade Baraldo e Rubel. O projeto fixa residência no Rio de Janeiro, de 21 de maio a 14 de junho, no Lab Oi Futuro, no Flamengo, e integra o programa LabSonica, laboratório de experimentação no campo do som do Oi Futuro.

Para que o público acompanhe os momentos de criação, durante a temporada de imersão vão acontecer transmissões diárias, ao vivo, pelas redes sociais. Além do show, no qual Pedro Luís e o produtor Yuri Queiroga se encontrarão em um cenário inédito projetado por Batman Zavareze para receber os convidados virtualmente, o processo de um mês de residência vai gerar também um vinil.

“Estamos nos auto-provocando a realizar um encontro criativo com quatro artistas que admiramos muito e com trajetórias bem distintas. Em um mês de imersão no LabSonica do Oi Futuro, viveremos os prazeres e tensões de criar dez novas canções, com texturas inéditas, e em seguida transformar o resultado sonoro num formato visual cenográfico, para termos estes convidados presentes virtualmente nas obras produzidas. No show-experiência em que eu e Yuri Queiroga estaremos presencialmente tocando o resultado dos encontros sob a direção visual de Batman Zavareze, deixaremos frestas para a audiência perceber um pouco dos processos de criação”, explica Pedro.

Batman Zavareze, responsável por sincronizar o real e o virtual na mesma cena, explica que os dois foram provocados a revelar as fronteiras criativas que precisam ultrapassar quando surge algo novo em seus trabalhos. “A provocação foi um mote-argumento para convencermos nossos quatro artistas convidados a embarcarem conosco no desafio de não estarmos em busca de respostas óbvias ou clichês. Queremos revelar a epiderme de quando os artistas se encontram para produzir algo novo. Para isso, teremos um time vivendo uma imersão de criação, com atitudes artísticas e seus processos, ao invés de entregas. Queremos criar e experimentar algo que emocione o público – mas o principal é revelar mais poesia em tudo que fazemos”, conta Batman, completando que o MACRO surgiu a partir de conversas despretensiosas entre ele e Pedro sobre os momentos sublimes dos processos de criação, que poucas vezes chegam ao conhecimento do público.

Para Pedro Luís, Ney Matogrosso inspira e inebria não só na sua numerosa audiência, mas também é um dos artistas que têm a fagulha da curiosidade e que se incendeiam pela chama do que é diferente, no sentido de original. Sempre instigado e instigador, sua potência é multi-artística: “além de seu canto-timbre incrível, é também igualmente capaz de conceber um projeto de iluminação, atuar, dançar e, com certeza, fazer com igual inspiração qualquer desafio criativo que lhe for proposto, além dos que enumerei. Tenho certeza que no Macro nos surpreenderemos juntos – nós e ele. O que daí resultará será fruto das delícias”, prevê Pedro. Ney já interpretou algumas canções de Pedro Luís, muitas delas no projeto “Vagabundo”, com A Parede, quando dividiram com ele por aproximadamente três anos a construção de dois CDs e dois DVDs, que se desdobraram em turnê. “Uma vez, durante essa nossa turnê, um jornalista português o provocou, perguntando se não se achava um espécie de vampiro que se alimentava do sangue de artistas e compositores de gerações mais novas. Ao invés de se ofender, disse nunca ter pensado daquela forma, mas achou curiosa a metáfora”, conta Pedro.

Há quase três décadas, Bianca Ramoneda e Pedro Luís são parceiros: “Nos conhecemos em um evento de poesia, ao ar livre, numa praça. Nesse dia, ela pediu para dar uma volta na minha bicicleta, com a qual eu tinha ido ao evento. Gosto da imagem de que nunca mais paramos de fazer passeios juntos desde então, de que essa bicicleta nos levou às peças, eventos, canções, projetos, poemas e tudo mais que criamos juntos, com o vento da poesia sempre lambendo nossos rostos e uma alegria quase pueril que nos toma quando somos convidados (ou obrigados!) um pelo outro a se jogar em mais uma dinâmica de criações e invencionices. Sua velocidade, inteligência, inspiração e capacidade para multi-tarefas (escreve, atua, representa, apresenta, entrevista e fala poesia como poucxs, só pra citar algumas de suas faces) vai, com certeza, virar o Macro de cabeça para baixo ou de ponta-cabeça, como querem mais poeticamente nossos vizinhos paulistanos”, vislumbra o cantor e compositor.

Sobre Rubel, Pedro Luís explica: “ele já é um clássico (!) cantautor surgido na era digital e das redes sociais, com sua obra atravessada por essas janelas com uma velocidade e uma pertinência singulares. É da geração pós-views (e isso conversa com seu namoro com as imagens, o cinema) e likes, e já vem construindo e revelando uma poética muito particular, munido dessas ferramentas virtuais e de disseminação de conteúdos. É, portanto e com certeza, o mascote de um time em que todos são ao mesmo tempo tripulantes e passageiros dessa Macro Nave. Acompanho sua obra, que conheci através das redes, e nas ainda poucas vezes em que estivemos juntos pude ver também uma cabeça de organização privilegiada no que diz respeito à distribuição de suas originais ideias e como colocá-las no mundo. Acho que o frescor dessa dinâmica significará um contraste interessante dentro do coletivo de visitas que são os nossos convidados, a quem provocaremos durante suas presenças conosco”.

Com apenas 20 anos de idade, a cantora catarinense Jade Baraldo é a mais nova do time. “Ela vem precocemente já com tudo potente. É como um furacão, um terremoto, um tsunami. Além de um cantar muito interessante e original, se faz voz do que é mais instigante e que se acende como urgente: independência, sexualidade, liberdade, provocação, atitude. Vem pra desconcertar, com certeza, e se juntar, como presença mais nova mas igualmente brilhante, a esse time tão instigante de convidados do Macro”, aposta Pedro Luís.

Macro é patrocinado pela Oi, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – Lei do ICMS.

Sobre o Lab Oi Futuro

O Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da Oi, funciona como um laboratório para cocriação de projetos transformadores nas áreas de Educação, Cultura, Inovação Social e Esporte. Por meio de iniciativas e parcerias em todo o Brasil, estimulamos o potencial dos indivíduos e das redes para a construção de um presente com mais inclusão e diversidade.

Numa confluência entre as áreas de Cultura e Inovação Social, nasceu em 2018 o Lab Oi Futuro, espaço de coworking voltado para a economia criativa e para os negócios de impacto social, idealizado para impulsionar criadores de diversas áreas e startups sociais de todo o Brasil, selecionados por editais públicos. Com mais de 500m², o laboratório instalado no Rio de Janeiro abriga os programas LabSonica e Labora e oferece estrutura física e suporte técnico necessários para que seus participantes viabilizem seus projetos em um ambiente que estimula a produção colaborativa, a formação de redes e a inovação.

O LabSonica é o laboratório de experimentação no campo da música e do som do Oi Futuro, que oferece programas de residência, pesquisa, prototipagem e produção criativa para fazedores de todo o país selecionados por meio de editais públicos. O programa busca fortalecer o ecossistema da arte contemporânea e da música, estimulando a formação de redes de cocriação e apoiando criadores, selos e gravadoras independentes, em um ambiente propício para o desenvolvimento de projetos inovadores .