A espera foi longa! Sete anos, exatamente. Os fãs sentiram saudades e deixaram isso bem claro na noite desta quarta-feira, 1º de novembro. A empolgação era visível mesmo antes do início do show. Qualquer movimentação no palco provocava reação na plateia. Por volta das 21h40, as luzes se apagaram e uma introdução com “Bohemian Rhapsody”, do Queen, fez com que todos ficassem atentos. “Blitzkrieg Bop”, do Ramones, tocou em seguida e ficou claro que era uma provocação. A intenção era despertar o punk rocker que existia dentro de cada um naquela noite e prepará-lo pro que viria em seguida. Sem mais delongas, a banda californiana entrou no palco, trazendo consigo quase três décadas de estrada.

O grupo formado por Billie Joe Armstrong nos vocais, Mike Dirnt no baixo e Tré Cool na bateria estreou a turnê brasileira com três músicos de apoio, mudanças de cenário, jogos de luzes e muitos efeitos pirotécnicos. “Know Your Enemy” foi a escolhida para abrir o espetáculo. O público fez bonito e cantou junto! Desde o início, o Green Day deixou bem claro o que traria naquela noite: muito punk rock, guitarras estridentes, conexão com a plateia e uma disposição invejável! Ainda na primeira música, eles chamaram o primeiro de três fãs que subiriam ao palco. Uma delas, a sortuda Sara, saiu de lá com uma das guitarras da banda.

Billie Joe se consagrou como um verdadeiro frontman! Correu pelo palco, pegou uma bandeira do Brasil e outra do movimento LGBT, fez palhaçadas, discurso político contra intolerância e Donald Trump e soube captar a atenção da plateia, ainda que pedindo. “Eu não quero ver a tela dos seus celulares e nem o Instagram de vocês! Quero ver seus rostos!”, ele disse quando pediu que as luzes iluminassem o público. “Demorou tanto, sete anos! Mas estamos de volta e vamos nos divertir e enlouquecer”, continuou.

O repertório caminhou por todas as fases da banda, mas priorizaram o icônico “American Idiot” (2004), com sete canções, e o recente “Revolution Radio” (2016), com cinco. No total foram 26 músicas e os fãs cantaram junto na maior parte do tempo. Os destaques ficaram para os hits de maior sucesso, como “Holiday”, “Boulevard of Broken Dreams”, “Basket Case” e “American Idiot”.

Um dos momentos mais inusitados aconteceu durante “King for a Day”, quando alguns dos músicos apareceram com fantasias de carnaval e o saxofonista fez uma versão de “Garota de Ipanema”. Aquela fórmula certeira pra cativar os fãs brasileiros. Na sequência, um medley dos covers “Shout (Isley Brothers), “Always Look on the Bright Side of Life” (Monty Python), “(I Can’t Get No) Satisfaction” (Rolling Stones) e “Hey Jude” (Beatles) deixou o público um tanto disperso, mas bastou o primeiro bis, com “American Idiot” e “Jesus of Suburbia” para a euforia voltar.

O encerramento foi acústico, com Billie tocando seu violão sozinho em “21 Guns” e “Good Riddance”. A balada “Wake Me Up When September Ends” ficou de fora, mas a setlist foi tão bem escolhida que quase ninguém reparou a ausência. O Green Day se redimiu muito bem pelo longo tempo de espera! Foi um show que lavou a alma dos fãs mais velhos e mais novos. A banda segue para mais três shows no Brasil, passando por São Paulo (3/11), Curitiba (5/11) e Porto Alegre (7/11).

Green Day, Radio Revolution Tour, Jeunesse Arena
Rio de Janeiro, 01 de novembro de 2017

  • Know Your Enemy
  • Bang Bang
  • Revolution Radio
  • Holiday
  • Letterbomb
  • Boulevard of Broken Dreams
  • Longview
  • Youngblood
  • 2000 Light Years Away
  • Hitchin’ a Ride
  • When I Come Around
  • Welcome to Paradise
  • Minority
  • Are We the Waiting
  • St. Jimmy
  • Knowledge
  • Basket Case
  • She
  • King for a Day
  • Shout / Always Look on the Bright Side of Life / (I Can’t Get No) Satisfaction / Hey Jude
  • Still Breathing
  • Forever Now
  • American Idiot
  • Jesus of Suburbia
  • 21 Guns
  • Good Riddance (Time of Your Life)